Silent - Harry Styles

six

  Adormeci a pensar no Harry e acordei a pensar no mesmo.
    Depois do que ele me disse ontem levantou-se e saiu tão rápido da biblioteca que nem tive tempo de ir atrás dele. As luzes voltaram a acender e saí da escola vindo  direto para casa.

   Hoje vou faltar às duas primeiras aulas da manhã porque estou sem vontade de ter educação física e francês. Aproveito para desempacotar as coisas e arrumar o quarto. Abro a janela para arejar e decido varrer e limpar o chão.
O meu telemóvel começa a tocar e procuro por ele, encontrando-o por entre os lençóis.

- Estou?

- Olá Ev, como estás?- É o meu pai.

- Bem.

- Então Ev eu liguei porque este fim de semana vou fazer uma viagem a uma cidade vizinha e gostava de saber se tu e o George queriam vir também.

- Claro porque não?

- Ligarei mais tarde para te dar detalhes.

E desliga.

Vejo as horas
   10:10
Será que tenho tempo de dar uma volta na vizinhança antes de ir para as aulas?
Corro escadas abaixo pegando nas chaves de casa.
Começo a andar calmamente pela rua, está tão frio porquê?
Olho com atenção para todas as casas, está tudo em silêncio, ninguém está na rua.
Vejo inúmeras casas mas todas têm o mesmo aspeto.
  Grande e velho.
Vejo mais umas 3 casas de cada lado da estrada e depois somente terrenos de terra batida.
Não sei de deveria andar mais mas estou super curiosa para conhecer.
Continuo mesmo assim.
Aparece um grande edifício do lado direito. As portas estão abertas e tem uma placa a dizer 'aberto 24 horas'. Deve ser uma loja de conveniência. Olho ao meu redor e vejo algumas senhoras de idade com carrinhos provavelmente para fazer as suas compras.
Decido voltar para casa afinal tenho aulas.
Depois de pegar na minha mochila desço as escadas e tranco a porta andando pelo lado contrário do que fui à pouco. Este lado leva-me à parte mais movimentada do subúrbio onde tem a estação de metro, de comboio, autocarros, parques, centros comerciais etc.
Faltavam poucas casas para terminar a rua onde vivo quando vejo por entre as árvores duas figuras pequenas vestidas de branco.
Assusto-me e continuo a andar pela rua o mais rápido que consigo sem dar nas vistas.
Que merda era aquela?

  11:45

Entro na sala onde vou ter matemática e sento-me na penúltima fila como habitualmente.
  A mesa de Harry está vazia.
A aula passa muito lentamente e grunho alto o suficiente para alguns dos meus colegas olharem para mim de lado.
A porta abre e fecha logo em seguida e a voz da professora faz se ouvir 

- Você não pode chegar à hora que quer nas minhas aulas! - grita e aproxima-se da mesa de Harry.

Toda a gente olha para trás e solta risinhos.
Tenho medo de me virar mas olho discretamente para ver a confusão.
Harry ri.
A professora está furiosa mas ele não se importa e continua a rir-se na cara dela.
Porquê que ele faz isto?

- Eu chego à hora que me apetecer.

A voz dele era alta e rouca e notou-se que ele não estava a brincar muito menos a achar piada.
Os risinhos pararam.
A professora olha para ele incrédula.

- Mas você pensa que isto é algum café? Que aparece aqui à hora que quer e bem lhe apetece?!

- Se isto fosse um café estaria na falência por conta dessa cara que espanta qualquer um. - Harry dá um sorriso de lado e vai embora batendo com a porta.

Toda a gente faz aquele barulho de fundo.
A professora cora violentamente, pega nas suas coisas e vai embora.

Ops?

Levanto-me, pego na mochila e corro atrás de Harry.