Silent - Harry Styles

seven

  a voz do diabo é doce de se ouvir

- Porquê que não me deixas em paz? - oiço uma voz.

Olho para trás e Harry está sentado no chão com um cigarro entre os seus dedos.

- E-Eu não sei..

- Vai te embora. - diz ele.

- Porquê?! Eu só te estou a tentar conhecer melhor e tu não deixas! - grito.

Ele abre os olhos e encara-me e diz baixo como sempre:

- Primeiro podes parar de gritar que eu não sou surdo.

Abro a boca incrédula antes de ele continuar.

- Segundo eu não te quero conhecer. - apaga o cigarro jogando-o longe e levanta-se indo embora.

Fico especada a olhar para ele a afastar-se.
O que fiz de mal?
Porquê que ele não me deixa conhecê-lo melhor?!

*

Estou deitada na cama a beber uma enorme caneca de chá com uns 20 cobertores em cima de mim.
Está super frio e provavelmente estou a ficar doente.
Tenho imensos trabalhos de casa para fazer mas não vou fazer nada, estou sem vontade nenhuma.
Decido ver uma série aleatória e depois de 3 episódios adormeço.
Acordo depois de 2 horas com a minha mãe a gritar para ir jantar. Saio debaixo das cobertas e quase apanho um choque térmico. Visto um robe, calço umas pantufas e desço.

- Ev amanhã preciso que leves o George de manhã e vás buscá-lo de tarde. Vou ter um dia complicado no trabalho.

Assinto e acabo de comer.

- Ev podes levar o lixo por favor? E se puderes põe a loiça na máquina preciso de ir descansar.

A minha mãe anda a trabalhar demais...
Deixo George a ver desenhos animados na sala e saio de casa com o saco de lixo na mão.
Está frio e escuro.
Corro até ao final da rua onde estão os contentores do lixo e quando vou a voltar para casa oiço alguém a chamar o meu nome.
Olho para todos os lados em alerta mas não vejo ninguém.
Corro até à porta da minha casa e tranco a mesma rapidamente depois de adentrar a casa. Entro na sala e a televisão está acesa mas George já não está sentado no sofá.

Deve ter ido para o meu quarto.

Tranco as janelas e corro as cortinas e faço o mesmo na cozinha subindo para o meu quarto. Quando abro a porta surpreendo-me quando vejo o que está vazio. Procuro por George também nas casas de banho e estão igualmente vazias.
Começo a desesperar.
Corro até ao jardim da parte detrás da casa e vejo uma sombra perto das árvores. Chamo por George mas ninguém responde. Só as folhas das árvores a abanar com o vento.
De repente vem um vento forte e oiço uma voz sussurar:

- A voz do diabo é doce de se ouvir.

Assusto-me e corro até ao final do jardim.
Chego perto da sombra e George vira-se.

- George o que fazes aqui fora? - pego nele ao colo e começo a andar rápido até à porta de casa.

- Ev eu gosto dali!

- Não George! Não voltes aqui sozinho muito menos à noite!

Ele assente cabisbaixo.

- Amor deixaste-me preocupada. - digo abraçando-o contra mim.

- Desculpa Ev. - diz baixinho e abraça-me de volta.

- Vamos dormir sim?

Ele assente e põe se debaixo dos cobertores.

Desligo as luzes e aconchego-me perto dele.