eight

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Ando lentamente até à estação de metro depois de deixar Ge na escola. Estava tão destraída que não vejo o sinal vermelho para os peões e quase sou atropelada por um carro.
Oiço várias buzinas e algumas pessoas a gritar para mim.
Que vergonha.
Sem pensar no que estou a fazer corro até ao outro lado da rua ouvindo mais buzinas e gritos de pessoas e suspiro.
Merda.
Devia tomar mais atenção.
Sigo calmamente até ao inferno que é a escola sempre a olhar para os lados para que não se repita.

*

As aulas passaram muito, muito devagar. Estou saturada.
Evitei Agatha o dia todo e nem sinal do Harry.
Ainda tenho de ir buscar George.
Suspiro cansada.
Não sei quantas vezes já suspirei hoje mas tenho a certeza que foram imensas.
Só quero chegar em casa e enterrar-me nos lençóis.
Saio da estação e caminho rapidamente para a escola de George para apanhar o próximo metro.
Chegando lá vejo o portão fechado portanto toco na campainha e este logo se abre.
Quando adentro o edifício quase apanho um choque térmico devido à mudança brusca de temperatura - aqui está muito quente - uma senhora de cabelos brancos aparece e vem ter comigo.

- É encarregada do menino George? - pergunta, olhando-me de cima a baixo o que me deixa um pouco nervosa.

- N-não é a minha mãe, mas ela tem tido muito trabalho e não o pode vir buscar.

Ela continua a olhar para mim durante um tempo como se estivesse a processar e assente.

Pareceu desconfiada.

- Ele tem tido comportamentos estranhos e preocupantes. Acho que deve informar a sua mãe e talvez colocar o menino numa clínica psiquiátrica.

- Não devemos estar a falar do mesmo George. - digo nervosa.

- Ora se estamos. É só preencher este papel que tomou conhecimento deste assunto. - diz entregando-me um papel.

Assinto e pego numa caneta que estava em cima da mesa.

- E onde está ele? - pergunto ríspida.

Tenho a certeza que ele não tem tido comportamentos estranhos.
E para quê assinar um papel?
Este infantário sim é estranho e tem crianças ainda mais estranhas aqui.
A senhora sorri sinistra e sai andando devagar.
Depois de um bom tempo volta agarrando o braço de George.
Ele vem cabisbaixo e um pouco pálido.
Seguro na mochila dele e agarro-lhe a mão com força.
Não digo nada à senhora, e nem a George enquanto saímos do edifício.

Quando já estamos longe da escola pego no telemóvel e ligo à minha mãe para lhe contar o que acabara de acontecer.

- Ev fiquem aí à minha espera. Estou a caminho. - diz e desliga.

George ainda não tinha dito nada e estava a deixar-me preocupada.

- Amor? - chamo.

Ele olha-me com os seus olhinhos azuis cheios de lágrimas e abraça-me.

- Amor o que se passou? - pergunto preocupada.

- E-Ev - gagueja - eu j-juro que não fiz nad-da de mal, eu juro.

- Eu acredito Ge. - abraço-o de volta.

A minha mãe chega depois de uns 15 minutos e entramos no carro dando partida.

- Vou passar na escola de George amanhã para falar com eles - diz a minha mãe chateada. - vamos jantar fora que tal?

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⏰ Última atualização: May 20, 2017 ⏰

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