Não falei com Agatha o resto do fim de semana todo, tenho estado a ignorar todas as chamadas e mensagens vindas dela.
Até pode parecer estúpido da minha parte mas eu estou magoada com a situação. Importo-me com o Harry e nunca pensei ver o que vi.
Eu nem sequer o conheço não percebo este sentimento.
Serão ciúmes?
Não, não podem ser ciúmes.
Que estupidez.
Decidi ficar em casa hoje. Não estou doente nem nada parecido mas simplemesnte não me apetece ir à escola.
A minha mãe abre a porta do meu quarto e começa a procurar algo nas gavetas e eu sento-me na cama olhando para ela.- Anda lá Eva levanta-te! - diz ela ofegante - vamos mudar-nos hoje à tarde!
- Para onde? - pergunto bocejando.
- É um pouco longe daqui do centro.. mas tenho a certeza que vais gostar. Começa a empacotar as tuas coisas e tira as cortinas ok?
- Okay senhora capitã!
Ela sai do meu quarto a rir.
Decido tomar um banho primeiro e vestir umas calças azuis escuras e uma enorme sweat preta.
Começo por tirar as malas de viagem do armário e a guardar a roupa e os sapatos separadamente.
Decido ver como está George e ele está sentado no chão do seu quarto vendo algum desenho animado na televisão.- Amor? - chamo.
- Sim Ev? - ele olha-me mas desvia o olhar para a televisão momentos depois.- Estás pronto para a mudança?
Ele simplesmente encolhe os ombros e encosta-se a mim.- Eu não queria mudar Ev - diz ele baixinho.
- Eu também não amor, mas vai tudo correr bem vais ver.
23:40
O camião acaba de descarregar todos os móveis na nossa nova casa e a minha mãe paga aos senhores pelo seu trabalho acenando adeus em seguida.
Estou na janela do meu novo quarto olhando as casas da vizinhança, são todas grandes e velhas, estamos nos subúrbios da cidade e as casas são muito mais baratas, por isso a minha mãe escolheu este sítio. Não tenho muito que reclamar, já que ela mandou pintar a casa e parece que foi acabada de construir.
Uma forte rajada de vento atinge-me e decido fechar a janela e correr as cortinas, passo pelas inúmeras caixas fechadas que se encontram no chão do meu quarto e deito-me na cama perto de George aconchegando-nos com as inúmeras cobertas. Parece que George habituou-se a dormir na minha cama e não quer mais dormir sozinho.8:00
Infelizmente não pude faltar outro dia à escola e cá estou eu a entrar pelos grandes portões do inferno.
Não vejo ninguém enquanto ando até à biblioteca e quando chego lá deparo-me com a porta trancada.
Espreito lá para dentro e está tudo escuro.
Ando até ao bar e só vejo uma rapariga de fones sentada numa das mesas. Ninguém vem à escola hoje?
Chego perto da rapariga e toco-lhe no braço.- Uh sabes porquê que a escola está vazia?
- Parece que o marido esquisitóide da diretora tentou matar-se de novo - diz e começa a rir- É um anormal. Eles despensaram-nos hoje mas amanhã já temos aulas.
Esquisitóide? Anormal?
- Então porquê que estás aqui? - pergunto.
- Duh porque quero -abana a mão pra mim e continua- já te podes ir embora.
A rapariga volta a meter os fones e saio dali. Quando passo pela biblioteca reparo que está aberta e entro chamando pela bibliotecária mas nada. Está vazia.
Deve ter sido um dos funcionários que a abriu para limpar.
Quando me preparo para ir embora oiço vários livros a cair e olho rapidamente para todos os lados.
Tudo está no sítio.
A porta da biblioteca bate fortemente e eu grito com o susto.
Não se ouve nada.
As luzes estão acesas e só espero que não haja nenhum corte de energia como da outra vez no corredor. Fico quieta no meio da biblioteca com medo de me mexer.
Espero alguns segundos e não oiço nada. Então corro até à porta da biblioteca tentando abrir mas nada. Dou chutes e grito mas a porta não cede e ninguém aparece.
Começo a desesperar.
Eu não vou chorar.
Empurro a porta outra vez e nada.
Oiço gargalhadas vindo de trás das estantes.Estou super assustada.
Não quero ir lá.
Começo a chorar silenciosamente.
Tento girar a maçaneta da porta e empurrar mas nada resulta.
As gargalhadas param e olho para todos os lados.
Oiço passos mas não vejo ninguém.
Vejo uma sombra.
As luzes começam a piscar.
- Oh não.. não por favor - sussurro.
Oiço as gargalhadas de novo e a sombra desaparece. Com a visão desfocada por causa das lágrimas olho em volta.
- Quem está aí?! Harry és tu?! - grito chorando alto.
As luzes apagam-se de vez e só se ouve os meus soluços altos em toda a divisão.
Desespero correndo pela escuridão até encontrar alguma janela mas algo me segura as pernas e caio no chão.
Estou aterrorizada então permaneço no chão imóvel continuando a chorar.- Deixa-me ir. - peço soluçando.
Ele larga-me mas sinto a sua presença ali.
Ficamos em silêncio por vários minutos.
Sento-me e encosto-me à estante de madeira fechando os olhos.
Quando os abro novamente olho para o meu lado e vejo os traços da pessoa e sei que é ele.- Harry? - chamo tão baixo que não tenho a certeza se ele ouviu.
Harry abre os olhos lentamente direcionando as suas esmeraldas para mim.
Ele não diz nada. Simplesmente me encara.- O que acabou de acontecer? - pergunto.
Silêncio.
Continuo com medo.
Estou sentada no escuro com um maluco?!
- Eu vou é embora! - digo alto e apoio-me na estante para me levantar mas sinto a grande mão de Harry enrolar-se em volta do meu braço com força.
- Não.Olho para ele totalmente em choque. Ele falou pela primeira vez. Tão baixo e tão curto mas falou.
- Porque não? -pergunto mas ele ignora-me voltando a fechar os olhos. - Harry fala comigo! - peço mas ele continua de olhos fechados. Suspiro cansada.
Ele é tão difícil.
Tapo a cara com as mãos em frustração e volto a encostar-me à estante de madeira.- Sempre que eu fecho os meus olhos, é como um paraíso sombrio para mim. - sussurra.
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Silent - Harry Styles
Horrorum psicopata que necessita da ajuda de alguém; Plágio é crime.