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-Adeus e obrigado por teres vindo à minha festa!- diz Thomas acompanhando-me à porta.

- De nada, o prazer foi meu. - sorrio e aceno.

23:15

Estava impaciente na estação de metro ansiosa para que este chegasse logo. Nunca tinha ficado na rua até tão tarde logo é a primeira vez que apanho o metro das 23:30.
A estação está praticamente vazia, o que é raro porque o metro está sempre cheio independentemente da hora que for.
Está super frio e fiquei sem bateria no telemóvel para poder avisar os meus pais que estou bem, ou mais ou menos bem.
São agora 23:27 faltam 3 minutos para o metro chegar e suspiro cansada encolhendo-me no meu fino casaco.
Oiço passos pesados e alguém a tossir alto e viro-me rapidamente, não vendo ninguém, o medo instala-se no meu corpo e eu olho rapidamente para o grande relógio a marcar 23:29. A voz no microfone a avisar que o metro está a chegar faz se ouvir e eu praticamente corro para perto da plataforma mesmo sabendo que é perigoso.
Sou uma medricas mesmo.
O metro chega e eu rapidamente carrego no botão que abre as portas e adentro o transporte público indo sentar-me num dos muitos bancos vazios. Reparo que estão 3 ou 4 pessoas sentadas aqui. Encosto-me e fecho os olhos.

23:55

Saio do metro apressada e praticamente corro para fora da estação segurando a minha mala firmemente, começa a chover e seguro o meu casaco contra mim andando apressadamente.
Quando chego à rua da minha casa corro até à porta e com as mãos molhadas e trémulas enfio a chave na ranhura girando-a e abrindo a porta entrando em casa totalmente encharcada, com frio e medo. Tranco a porta e subo as escadas andando até ao meu quarto deixando pegadas molhadas no chão da minha casa.
Não oiço nenhum barulho portanto George e os meus pais devem estar a dormir.
George é o meu irmão mais novo, tem 6 anos.
Tomo um banho rápido e ponho o meu telemóvel a carregar. Tranco as janelas do meu quarto e fecho as cortinas.
Deito-me na cama prometendo a mim mesma que não voltaria a sair de uma festa sozinha à noite.

*
Segunda-feira bate-me de tal forma brutalmente que me apetece chorar.
Está um dia super frio e nublado mas pelo menos hoje não chove, cheguei à escola por volta das 8:00 mas só tenho aulas às 9:30. Vou aproveitar para estudar um pouco na biblioteca.
Entro na biblioteca e a temperatura está super agradável por isso tiro o meu casaco e caminho para umas mesas afastadas e sento-me. Sinceramente não me apetece estudar e fico no Twitter por um tempo até ouvir gargalhadas.
Ignoro.
As gargalhadas param mas minutos depois voltam e estão mesmo perto de mim, mas não vejo ninguém.
Quando voltam pela terceira vez levanto-me seguro no casaco e na mala e ponho o telemóvel no bolso andando até umas estantes de livros mais afastadas. As gargalhadas estão a vir daqui. Sem fazer barulho espreito para trás de uma estante e vejo um rapaz sentado no chão.
A rir.
Sozinho.
Obviamente me assustei e tentei não fazer barulho.
Não o reconheci de cara, nunca o tinha visto.
Ele estava com as mãos a tapar a boca e rindo alto de olhos fechados como se estivesse ali alguém a contar-lhe alguma coisa super engraçada, mas não estava lá ninguém.
O rapaz misterioso tira as mãos da boca e abre os olhos rapidamente, assustando-me.
Escondo-me atrás da estante com medo que ele me tivesse visto mas ninguém se mexe, nenhum barulho é feito. Espero alguns minutos farta do silêncio e curiosa para saber o que ele estava a fazer espreito de novo mas ele já não está lá e a mochila dele que estava no chão também desaparecera.
Com medo, saio de trás das estantes a correr e chego à porta de entrada e as luzes estavam apagadas e a porta encostada.
A biblioteca está vazia.
Vou em direção ao pátio para ver se tem alguém e está tudo normal.
Estudantes e professores a correr de um lado para o outro e alguns auxiliares a passar com produtos de limpeza.
Vejo as horas
9:31
Vou até aos laboratórios onde vou ter a primeira aula do dia e bato à porta pedindo permissão para entrar.

Silent - Harry StylesOnde histórias criam vida. Descubra agora