O ar frígido cortante soprou todo o corpo de Clarke, que mesmo protegido por dois casacos grossos, sentira o arrepio atravessar seu corpo através dos tecidos. A sala branca decorada com várias figuras e ilustrações pela parede, dirvesificando as fases de um bebê e da gravidez, assim como placas e posters fornecendo dicas e informações de dúvidas frequentes. Havia uma usual maca coberta por papel, alguns aparelhos do qual ela não identificou e múltiplos objetos por cima das estantes embutidas, assim como na mesa onde o Doutor esperava a ômega com um sorriso que parecia tentar ser tranquilizador.
Tente novamente, Clarke pensou.
Era um homem de uma grande idade, ela não poderia dizer ao certo a exata. Sua barba branca cobria seu maxilar, combinando com a cor grisalha do cabelo curto e seus olhos azuis igualavam-se com os da ômega, mas a aparência agradável do homem não a deixou menos aterrorizada. Ele era um beta, não havia o que temer, o que a aterrorizava a ômega era estar prestes a descobrir que sua situação não seria mais algo surreal ou que ela podia ignorar.
E Lexa. A alfa estava com ao lado dela, após uma briga interna da qual Clarke pôde perceber de longe, a alfa não tinha intenção de entrar na sala, apenas esperaria enquanto Clarke segurava a bomba sozinha e depois voltariam para casa e comeriam algo antes de Lexa sair de novo. Mas a morena entrara com ela, visivelmente nervosa, tentando transparecer sua indiferença e tranquilidade para a ômega prestes a desmaiar ao lado, respirando pesado.
- Bom dia, Sra...? - O médico sorridente perguntou, estendendo a mão para alguma das duas pegarem.
Lexa andou mais para frente, pegando a mão do homem e apertando de leve, forçando um mínimo sorriso. - Woods. Alexandria Woods.
- Oh, certo, nos falamos por telefone. - ele assentiu com a cabeça, indicando as poltronas à frente para ambas sentarem. - E você...?
- Clarke. - A ômega se limitou a dizer, mordendo os lábios.
- Alexandria, eu entendo o que seu tio fez por mim e por minha família, mas eu não posso fazer isso de novo. - O homem diz com um olhar nervoso. - Foi muito arriscado da última vez, tanto para a paciente quanto para mim ser descoberto, seu tio sabia dos riscos e quis continuar... Espero que entenda e não faça o mesmo erro que ele.
- Eu não concordei com o que ele fez. - Lexa responde ríspida. - Eu nem sequer soube que ele ia fazer isso, eu jamais teria permitido. Meu sobrenome não me define, Dr.Harris.
- Desculpe, não foi o que eu quis dizer, é só que apenas... Eu não posso cometer mais um crime. - responde baixo. - Olhe para ela - ele desvia seu olhar para Clarke, completamente confusa. - Ela está aterrorizada, eu nem preciso de exames para saber o quanto de risco-
- Ela não vai abortar, Dr.Harris, eu não estou aqui para repetir as merdas que meu tio faz.
- Oh, desculpe-
- Você é especializado em aborto? - A voz de Clarke sai em um ruído baixo, quase embargada.
- Não! Não, por Deus, eu prezo pela vida. - O homem negou prontamente. - Não é um assunto do que eu gostaria de falar e nem precisamos. O assunto agora é você e seu filhote, consigo sentir seu cheiro.
- Então essa conversa... - Clarke insiste, entreolhando as duas pessoas na sua frente.
- Não é o que você está pensando, é complicado. - Lexa a conforta. - Eu não tenho nada a ver com isso.
- Certo.
- Clarke quer começar o pré-natal, Dr.
- Oh, claro, claro, isso é bom. - ele assente. - Você tem uma noção de quanto tempo está?
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Unexpected
FanfictionClarke é expulsa de casa como consequência do que fizera na noite de evento da empresa de seus pais, sendo diretamente colocada de frente à uma realidade da qual nunca experimentou. O internato no qual seria seu novo lar, alfas caçam ômegas e ômegas...