Ambos pares de olhos azuis recorrem o olhar para a voz acanhada, um pouco amarga e tímida. A feição da alfa de pé tão próxima da mesa em que os ômegas discutiam baixinho há pouco tempo está terna, impassível, não parecia ter um resquício de emoção. Os olhos verdes não aquietam-se, movendo em contorno entre o rapaz com a expressão desconfiada e a cabeleira loira ainda paralisada, recusando-se a virar-se de costas para fitar a voz qual a chamara.
Ela se perguntou se ao menos a ômega havia escutado, mas ela tinha a certeza que sim.
- O que você quer? - Murphy tomou as rédeas da situação, confrontando minimamente a alfa que ainda esperava a resposta da ômega.
- Acho que já falei o que eu quero e não foi direcionado à você. - cuspiu rígida.
- Bom, se não teve resposta acho melhor ir. - retruca. - Estamos bastante ocupados por agora, que tal ir procurar alguma diversão por aí?
- Que tal você ir praticar o sexo peculiar que você tanto gosta? - rosna a alfa, irritada com o garoto. Ela está prestes a avançar para bater na mesa quando a outra ômega invade seu caminho, posicionando-se em sua frente e deixando a vista seus olhos trêmulos.
- O que você quer? - Clarke sibila firme.
Ela para por alguns segundos, examinando a feição da ômega, sua pele mais pálida que o comum e seus olhos faziam um belo destaque azulado como o céu, pareciam brilhantes. Seu cabelo estava um emaranhado de fios rebeldes, moldando seu rosto de uma forma diferente, assim como sua expressão não usual não estava lhe caindo bem.
Ela parecia doente.
- Apenas conversar. - murmura a alfa mais calma, colocando as mãos no bolso da calça.
- Eu não quero conversar com você. - Clarke parece incrédula com o pedido. - Fique bem longe de mim.
- Espera, por que?! O que eu fiz?! - ela recorre às perguntas um pouco alto demais, recebendo uns cochichos de reclamação das poucas pessoas que estavam por ali.
Clarke examina a alfa um pouco mais que o devido. Ela sente seu estômago dar voltas e o gosto amargo enojado na boca ao lembrar de todos os momentos que passara nos braços da garota à sua frente. E ela se odeia por relembrar desses momentos todos os dias, sua mente era uma grande manipuladora de sentimentos e se perde constantemente nos seus jogos, resultando na mistura intensa de coisas que Clarke sentia o tempo inteiro. Isso a desgastava.
- O-o que você fez? - ela pisca algumas vezes ao digerir a pergunta. O ênfase nas últimas palavras foram mais para ela mesma, recusando-se a ditar o ocorrido em voz alta, não, já bastava a tortura psicológica
- Clarke... Eu só queria saber sobre Costia. - responde com uma certa confusão na voz. - Echo me disse que ela me traía e foi você quem descobriu isso.
Clarke engole em seco. Ela tinha a noção de que as reviravoltas no estômago não havia participação do hospedeiro dentro de si.
- Sim, mas isso não é da minha conta. - comenta. - Não me procure mais, Lexa.
- Não, realmente não é da sua conta, mas é importante pra mim! Posso ao menos saber com quem?
- Trevor Clemens.
- Vadia! - Lexa vira de costas e desfere um soco sobre a mesa na sua frente, assustando as outras pessoas. Clarke encarava a alfa com ódio nos olhos e pronta pra destruir tudo, ela sequer ousara mover-se do lugar. - Eu sabia. Eu sabia, mas eu sou uma idiota. - murmurava para si mesma, mas Clarke conseguiu ouvir.
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Unexpected
Fiksi PenggemarClarke é expulsa de casa como consequência do que fizera na noite de evento da empresa de seus pais, sendo diretamente colocada de frente à uma realidade da qual nunca experimentou. O internato no qual seria seu novo lar, alfas caçam ômegas e ômegas...