14. Os Lane

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A neve caía com extrema leveza.

Depois que desembarcaram, a Sra. Lane levou ambas as meninas para um café que ficava ali perto. O tempo extremamente frio era mais um convite a entrar no local que parecia uma casa de bonecas de tão rosa e infantil que era, pelo menos foi assim que pensou Indy. Guirlandas natalinas estavam penduradas por todo o ambiente, e pequenas luzinhas piscavam enquanto bonecos de papais-noéis davam sorrisos e anjinhos giravam amarrados às pás do ventilador de teto deixavam o ambiente ainda mais natalino.

O Rosa's Café, segundo a própria proprietária, servia o melhor cappuccino da cidade.

Elas sentaram em uma mesa perto de uma janela onde era possível ouvir aquelas músicas típicas do natal.

"Então Sophie, de onde você é?" a Sra. Lane perguntou.

Indy se preparava para responder quando Chris a interrompeu.

"Mãe, você sabe que ela é de Londres, eu te falei isso."

A mãe sorriu para a filha.

"É, eu sei." Ela voltou a olhar para Indy."A Sra. Carent falou sobre você."

"An?" Indy exclamou.

Neste momento a garçonete vinha trazendo os pedidos. Vestia um uniforme rosa som babados brancos que Indy tinha certeza que vira num comercial de bonecas.

"Conhece a Sra. Carent?" Indy perguntou enquanto bebericava o seu cappuccino.

A Sra. Lane olhou para além da janela, onde era possível ver uma mulher tentando levantar um garoto que acabara de se estabanar no cão.

"Minha mãe conhecia ela mais do que eu. Como acha que ela deixou você vir?" A Sra. Lane falou com simplicidade.

"Mãe, você conhece a mulher do orfanato da Indy? Por que nunca me contou?"

"Não era importante, até agora. De qualquer modo, as leis dos..."Ela baixou o tom da voz."Trouxas, não permitiriam que você viesse sem uma autorização judicial, e seria uma grande burocracia. Então perguntei ao Prof. Longbotton o orfanato de onde você viera. Aparentemente, ele havia ido lá antes de ser intimada a ir para Hogwarts, para lhe explicar tudo." Indy assentiu com a cabeça."Então enviei uma carta para a Sra. Carent, do modo trouxa é claro. Ela parece ainda não ter se acostumado com as corujas... Bem, ela me falou como havia sido sua estadia lá até os dias de hoje. Não precisa me olhar assim, não vou te julgar. Acredite..." Ela falou olhando para a garota como se a sondasse." Eu já passei por tudo que você passou."

Indy não entendeu o que ela queria dizer, embora assumisse que no fundo sabia.

No orfanato, sempre a trataram como se fosse um verme ou coisa parecida. Não se sentavam com ela, aprontavam brincadeiras, e caçoavam dela sempre que podiam. As suas repentinas explosões de magia ('esquisitices' assim chamavam) só pioravam. Uma vez, mesmo que não quisesse fez com que quatro alunos que a perseguiam para caçoar de suas marcas rolassem de escada abaixo, entre outras como a vez que todas as lampadas da antiga casa explodiram para que não achassem ela escondida.

Afinal era assim que sempre ficava no orfanato.

Escondida.

"É melhor irmos andando." A Sra. Lane falou olhando para a filha. "Chris, anda logo. Não temos o dia todo. Amanhã vou levar vocês para verem o cânion."

"Quê? Você realmente... Quando eu pedia você não ia!"

Chris e a mãe discutiram mais um pouco durante a viagem para casa. Indy achava isso bem engraçado, ela estava gostando de ver o quanto mãe e filha demostrava carinho enquanto brigavam. Era, de certa forma, fofo.

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