11. O Livro

105 13 13
                                    


Não era a primeira vez que Julie tinha o mesmo pesadelo.

A mulher de feições não muito estranhas, gritava e esperneava. Pela sua cara, uma cena pavorosa ela estava a ver, porém, Julie estava paralisada, por mais que tentasse olhar para o outro lado, ela não conseguia.

Um sentimento de pavor cresceu dentro do peito dela, o que estava atrás dela para provocar too esse pânico na mulher?

O lugar onde estava também era estranho, todo coberto por uma neblina densa, com apenas uns pontos laranjas distantes que se destacavam assim como a mulher, na imensidão cinza-branco.

A mulher se ajoelhava no chão, e começava a soluçar baixinho.

Ela sussurrou alguma coisa parecida com um "não", e uma luz esverdeada surgiu de repente colorindo a névoa branca.

Os olhos da mulher, apenas olhavam para o ponto fixo que Julie ainda não conseguia ver.

Até que então, como um feitiço, Julie se soltou da paralisia que a prendia, e seu primeiro ato era olhar para a cena a mulher observava horrorizada.

Contudo, não havia nada.

Curiosa, ela olhou para a mulher novamente, que desta vez estava com a cabeça baixa. Julie se aproximou dela, e a tocou no ombro.

A mulher começava a soluçar novamente, porém desta vez, algo familiar soava para Julie.

A garota cutucou o ombro da mulher, que deu uma pausa.

Lentamente ela levantou a cabeça, revelando suas feições: a mulher que estava na sua frente não era a mesma.

O coração da menina gelou quando viu sua mãe ajoelhada na sua frente chorando.

"Mãe!?" Julie sussurrou.

Sua voz saia falha, o pânico tomava conta.

A mulher abriu a boca, mas dela não saiu nada além de sangue, como se estivesse engasgada.

"Não! NÃO!"

Julie começou a gritar, e a se debater quando percebeu que estava de volta a torre da Grifinória, no dormitório feminino.

Ela havia acordado.

Sua respiração estava rápida e nervosa e seu rosto molhado de suor.

Ela pegou um pequeno lenço que havia na cabeceira de sua cama e enxugou o rosto. Da janela dava para ver a imensidão escura, com apenas algumas curvas lá fora.

O silêncio reinava na torre sendo interrompido apenas por roncos distantes.

Julie colocou os pés para fora da cama e calçou seus chinelos que havia ganhado de sua avó.

Levantou-se um pouco tonta, mas conseguiu se manter de pé e caminhou silenciosamente em direção a porta. Cuidadosamente a abriu para que não acordasse as amigas, e desceu a escada em caracol até a Sala Comunal.

A lareira ainda crepitava uma chama pequena, porém aconchegante. E as poltronas pareciam bastante convidativas, ela se deixou cair sobre uma delas.

Sua mente ainda repassava toda a cena em sua mente.

A mulher que estava no sonho, ela não lembrava muito do rosto dela, porém lembrava dos gritos dela, até que ela de repente era a sua mãe. Julie foi interrompida em seus pensamentos por um barulho vindo do dormitório dos meninos, mas antes que se escondesse, ele apareceu.

"Julie?" Seu irmão era quem descia as escadas. "Por que ainda está acordada?"

Ele parou no início da escada. Estava com um pedaço de pergaminho na mão.

A Marca NegraOnde histórias criam vida. Descubra agora