19. A Marca Negra

88 6 38
                                    




Indy sentia que voava calmamente em meio a uma densa substancia nem líquida nem gasosa.

Parecia que sonhava, que estava num sonho estranhamente bom. Embora ela não pudesse se mexer, e aos poucos aquilo fosse a apavorando. Ela queria ver onde estava, então abriu os olhos, mas não viu nada além de uma escuridão visivelmente vazia, ela se desesperou.

Como estava ali? Onde era ali?

Ela quis gritar e o fez, mas não ouve som algum.

O medo a invadiu e ela quis sair dali.

Sentiu então que seu corpo começava a despencar num espaço aparentemente vazio; até acordar de verdade.

Um céu negro e anuviado se formou. Ela distinguiu isso, somente.

A garota não sabia onde estava nem o que fazer quando sentiu a água cair em seu rosto. Era água, como uma chuva fria e calma. Uma garoa.

Indy tentava se concentrar e descobrir o que acontecia. Mas era impossível, pois não conseguia se mover.

A água que caia fria e leve em seu rosto foi então aos poucos, tirando ela daquele torpor estranho e ela foi tomando consciência. Quando se deu conta, as reconhecidas torres e torrinhas passavam por sua visão como numa janela de um trem, e ela flutuava, sim, flutuava no ar, mesmo sem estar suspensa por cabos ou coisa parecida.

Era um feitiço, pensou ela. Quem estava fazendo isso?

Mas não era isso que Indy queria saber. Naquele momento, perpassou por sua mente os últimos momentos antes de tudo escurecer. Ela lembrava que estava procurando Rita e...

Mas tudo estava confuso demais.

Onde ela estava?

"Você está nos terrenos de Hogwarts, ainda!" Respondeu uma voz de mulher ao mesmo tempo aguda demais e grave, mas cortante, como uma faca afiada. "É claro, que quando a noite terminar, você não estará mais aqui."

Seu corpo foi transportado para baixo de uma arvore, que se mexia violentamente. Mais violentamente que uma arvore ao vento.

"Onde estou?" Indy gritou. "Quem é você?" Ficou aliviada de ouvir a própria voz.

"Eu já disse onde você está querida, ainda nos terrenos de Hogwarts. Ainda..."

Indy sente o feitiço que a segura no ar desaparecer, e seu corpo cai na grama dos terrenos do castelo, que já estavam molhadas pela chuva fina. Uma dor imensa invade as costas da garota e sua cabeça começa a latejar, com dificuldade, ela vira-se de lado, para observar melhor onde estava.

Havia apenas um tronco bastante grosso de uma árvore que balançava seus troncos violentamente acima da cabeça de alguma coisa escura que estava um pouco além dele.

Foi só o que distinguiu.

"Desculpe-me minha falta de cordialidade." Daquela direção, ela ouviu. "Tive poucos contatos nos últimos anos, quase ninguém. Tenho que dar graças que tive uma companhia nos últimos meses. O Augustus me ajudou bastante, inclusive quando eu tinha que sair com aquela capa ridícula do amigo dele. De certa forma, quase foi a única pessoa com quem falei. Quase todas as noites, vinha me trazer relatórios do que descobria rondando a escola e o que acontecia fora do castelo. Protego Totalum!"

Indy quase não digeriu o que ela dizia, estava tonta e não tinha muita noção do que acontecia.

Mas ela falara... Augustus? Como assim?

A Marca NegraOnde histórias criam vida. Descubra agora