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Na ala carcerária, presos de guerra marchavam para suas celas. Uma ruiva, alta e cheia, encarava um soldado que a prendia.

-Sabe, Friz... -Ela diz. -Um dia desses eu também vou ter um bastão.

"Pra acerta-lo na sua cabeça" -Ela quis acrescentar.

O guarda bufa e fecha a cela, deixando-as.

*

Steyce se esgueirava pela floresta, tomando cuidado para não ser vista, até chegar a base dá Hydra.

Uma frota de caminhões passava pela estrada. Era suicídio, mas ela decidiu subir na carroceira de um. Se surpreendeu ao ver os dois soldados e, não tendo alternativas, precisou apaga-los.

O caminhão entrou e ela saiu, se esgueirando para poder entrar na base e conseguir encontrar sua amiga.

Encontrou vários guardas de patrulha e precisou apagar esses também. Sua mão já doía de tantos socos dados. Ela continuou até chegar aos níveis inferiores. Quando viu uma multidão de mulheres e homens encarcerados.

Pegou as chaves de um soldado que havia derrubado e foi abrir as celas.

-E quem seria você? -A ruiva pergunta.

-Eu sou a Capitã América. -E Steyce segue abrindo.

-Como é que é? -A ruiva fica confusa.

Depois de todos soltos, ela os guia.

-Tem mais alguém? Estou procurando a sargento Jane Barnes.

-Tem uma ala de isolamento, mas nunca ninguém voltou de lá. -Um homem de boina comenta.

-Entendi. As árvores ficam a noroeste a setenta metros​ depois do portão. De lá é só seguir o rio. -Steyce segue outro rumo. -Encontro vocês na clareira com quem mais eu achar.

-Espera. -Uma mulher pede.

Steyce para.

-Sabe o que faz? -A mulher pergunta.

Era óbvio que Steyce estava desnorteada e não sabia nada que estava fazendo. Mas essas pessoas não precisavam saber, não é?

-Claro. Já nocauteei Hitler mais de duzentas vezes. -E seguiu o rumo.

Todos ficaram de queixos caídos. "Mais de duzentas vezes? Uau!".

Lá fora a rebelião começou os novos libertados renderam os captores, já usando suas armas, estranhas, sejamos honestos.

-Sabe usar esse troço? -Um homem pergunta a outro.

O homem com arma em punho, puxa o gatilho e a arma destrói um grande caminhão de suprimentos.

-Ta bom. -O homem dá de ombros.

Dentro da instalação, Steyce segue a procura de Binck, encontrando apenas soldados que eram nocauteados sem esforços, mas que a atrasava.

A base iria explodir, e não demoraria tanto.

Virando um corredor ela viu um cara baixinho, carregando uma pasta. Ela nem precisou se aproximar, ele correu. E ela seguiu até a sala de onde ele saía. Se surpreendeu ao ver Binck na mesa, olhando pro nada.

-Ei. -Steyce a chama. -Sou eu.

-Quem? -Binck pergunta, quase que por reflexo.

-Steyce.

-Steyce?

-É. -Steyce a levanta e analisa a amiga. -Achei que estivesse morta!

-Achei que você fosse menor. -Ela diz ao notar a amiga. Steyce estava uns bons quinze centímetros maior.

Steyce não perde mais tempo e a apoia em seu ombro.

-O que aconteceu com você? -Binck pergunta.

-Entrei pro exército.

-E doeu?

-Um pouco. -Steyce dá de ombros e as duas seguem pelo corredor.

-É permanente?

-Até agora.

Os soldados já haviam derrubado os portões e conseguiam fugir.

O relógio zerou. A base explodiu.

Tentando outra rota de fuga, elas sobem alguns lances e são interceptadas. Johann e Zola as esperavam do outro lado.

-Capitã América. É uma honra conhecê-la. Eu sou grande fã dos seus filmes.  -Johann diz, caminhando.

Steyce não recua.

Johann a avalia.

-Quer dizer que o doutor Erskine conseguiu mesmo?! Não é exatamente uma  melhora, mas mesmo assim é impressionante.

Eles estavam frente a frente e Steyce não suportava olha-lo. Ele havia mandado matar Erskine. O homem que acreditou nela, que deu sua sonhada chance. Steyce poderia matar Johann ali e nem sentiria remorsos, contudo deu-lhe um soco, o pegando de surpresa.

-Você não faz ideia! -Ela diz entredentes.

Johann volta a encarar, surpreendendo-a. A pele do rosto dele estava soltando.

-Não faço? -Johann pergunta e aponta o soco.

Steyce, com um reflexo rápido se defende com o escudo, que amassa à forma do punho de Johann.

Ela baixa a guarda e é atingida pelo segundo soco. No chão, para impedir que ele a ataque ela chuta contra o seu abdômen e ele cai longe.

Zola puxa a esteira onde os dois estavam, os separando.

-Não importa quantas mentiras Erskine te disse. Não sei se sabe, mas eu fui o maior sucesso dele! -Johann diz e arranca sua pele, deixando à mostra sua caveira, completamente vermelha e repulsiva. Era seu rosto completamente deformado.

-Não usa uma dessas também, não é? -Binck pergunta, surpresa.

-Você está enganada, Capitã. -Johann continua. -Você finge ser uma simples soldada, mas na verdade só está com medo de admitir que nós deixamos a humanidade para trás!

Johann se vira e caminha até o elevador.

-E, ao contrário de você, eu admito isso com muito orgulho! Sem nenhum medo!

-Então por que está fugindo? -Steyce pergunta.

Johann fecha a porta do elevador e as duas ficam para trás.

-Vamos! -Steyce chama Binck e ambas seguem por outro caminho.

A instalação iria cair em poucos segundos.

-Binck, vamos. Temos pouco tempo.

Binck precisaria atravessar uma íngreme passagem suspensa até chegar ao outro lado. Com dificuldades, ela conseguiu, mas Steyce estava receosa. Uma explosão detona a passagem, que cai.

-Tem que ter alguma coisa! -Binck fala.

-Vai embora logo! Sai daqui! -Steyce grita.

-Não! Sem você eu não vou!

-Droga! -Steyce murmura.

Ela afasta o cabo e pega impulso. É suicídio! É suicídio! -Ela pensava. -Mas melhor morrer tentando.

Steyce corre com toda a velocidade e se lança no ar...

Seu corpo é engolido pelas labaredas da grande explosão...

Capitã América - A Primeira VingadoraOnde histórias criam vida. Descubra agora