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Acordo às 4 da manhã como todos os dias, saio do quarto sem fazer barulho.
Vou para a cozinha fazer o café de Roger e Samantha, que são meus pais.

Eu estava caindo de sono como sempre, mas se eu não fizesse isso eles iam me punir.

Após arrumar a mesa, como uma maçã rápido para eles não perceberem e jogo fora.
Eles descem e se sentam.

- Bom dia. - Tento ser gentil.

Eu nunca soube o porquê deles me tratarem tão mal, nunca fiz mal à ninguém.

Eles nem respondem. Meu pai pega a panqueca e quando come, se levanta com uma cara nada boa, vem em minha direção e cospe tudo em meu rosto.

- VOCÊ CHAMA ISSO DE COMIDA? - Ele bate em meu rosto e agarra meus cabelos com força me fazendo olha-lo - VOCÊ NÃO APRENDE NUNCA, NÃO É GAROTA? - Ele me leva para meu quarto.

Eu tentava segurar as lagrias, mas era impossível.

Ele me joga com força no chão e bato as costas na parede com força. Ele chutava meu estomago com força, eu chorava e ele me batia mais e mais...

- ENGOLE O CHORO GAROTA. - Diz com raiva e desprezo na voz.

Ele me bate por mais um tempo e me deixa no chão quase inconsciente.

Bate a porta do meu quarto e sai...

Eu chorava e chorava, mas um choro baixo para não enfurece-lo mais.

Me arrasto até o pequeno banheiro e tento tomar um banho gelado como sempre, pois eu não tinha chuveiro elétrico no quarto...

Bom, o lugar que eu chamo de quarto era assim: tinha apenas um colchão velho, uma janela pequena, as paredes estavam descascando, pois já eram bem velhas, poucas roupas jogadas no canto do meu quarto.

As roupas sujas dos meus pais, um tanque, um varal improvisado. Sim, era como se fosse um quartinho da faxina, tinha vassora, rodos e panos de chão. Quando as noites eram frias, por eu não ter cobertas, eu dormia na minha forma lupina para tentar me esquentar.
O banheiro era pequeno tinha uma pia, um vazo e o chuveiro que só tinha água gelada.

Eu tomei um banho rápido e fui me olhar no espelho, vejo algumas marcas roxas no meu rosto por causa do tapa, minha barriga estava toda roxa por causa dos chutes.

Meu braços estavam arranhados e com marcas vermelhas por causa de outras agressões.

Tento segurar o choro por causa da dor, com dificuldades volto ao quarto e tento me trocar, o que estava difícil por causa da dor.

Pessas íntimas qualquer uma, pois tinha poucas.

Coloco uma blusinha velha, uma calça costurada, uma par de meias e um tênis velho já gasto.

Coloco uma blusa de frio por cima e coloco a toca, deixo os cabelos soltos para tentar tampar as marcas.

Eu estava cheia de olheiras, pois há anos não durmo direito, meus olhos estavam com algumas olheiras por causa do choro.

Desso e arrumo tudo, lavo e guardo.

Pego uma mochila antiga e vou pra escola.

Chego já sendo zoada pelos alunos, apenas abaixo a cabeça e sigo para a sala em silêncio.

Me sento no canto encostada na parede.

Logo a aula começa, os professores me olhavam com pena, alguns alunos também, mas eram bem poucos.

Sempre sou o alvo de chacota...

Escutava suas piadinhas idiotas sem dar bola...

Logo chegou a hora do intervalo. Pego minha comida e quando eu estava andando para um canto qualquer para me sentar, alguém coloxa o pé na minha frente e eu caio. Todos começaram a rir.

Me levanto, mas sou empurrada novamente ao chão.

- Seu lugar é no chão. - Diz Carla, uma das populares da escola.

Ela me empurra com o pé.

Me deixa sair, por favor. - implora minha loba

Você sabe que não pode. - digo a ela

Ela me puxa me fazendo levantar, tira minha toca e meus cabelos que estavam em meu rosto deixando a mostra os roxos, ela cospe em meu rosto e me joga no chão novamente.

Diferente dos outros lobos, eu não tive treinamento como os outros, eu era privada das aulas de treinamentos, então não tinha a capacidade de me defender, nunca protestei, pois eu sempre sofria mais. Meus pais me ensinaram a sofrer calada.

Me levanto devagar, pois meu estômago ainda doía e muito, não digo nada e saio...

Os alunos jogavam coisas em mim, tentava não ligar e saio da escola sem ligar se eu iria levar bronca ou não.

Vou para a floresta, eu já não chorava, pois minhas lagrimas já haviam secado por hoje.

Sigo para um riacho de águas limpas, tiro minhas roupas e as lavo lá, coloco na árvore para secar e me tranformo. Lavar as roupas estava sendo difícil por causa da dor, mas ao me transformae eu me sentia um pouco mais aliviada.

Deixo minha loba assumir o controle e fomos caçar algo ali perto.

Ela é do SupremoOnde histórias criam vida. Descubra agora