Capítulo 3

4.1K 440 227
                                    


Diane


- Enfim, Boston! Aqui não é Nova York, mas as coisas acontecem de igual forma! Estamos no berço do Globe, Di! Mais ânimo, mulher!

Havíamos chegado no apartamento alugado para nós duas e enquanto Dayane não se aguentava de euforia, eu previa que muita coisa aconteceria e que eu poderia não gostar de nenhuma delas.

- Ai que felicidade! Eu vou pular pela cidade! Precisamos fazer compras nas nossas noites vagas e programar onde visitaremos! Já que alguns dias vamos acompanhar os jogos mas em outros não. Precisamos deixar tudo no jeito, Di!

Eu não fazia a menor questão de ficar batendo perna por qualquer lugar, eu queria permanecer no meu mundo, onde não teria nada, nem ninguém, para me atormentar fora do trabalho. Mas esse não era um desejo válido, já que D&D confusões, estavam no mesmo apartamento e por incrível que pareça, responsáveis pelas entrevistas na mesma conferência, a Leste. Que por sorte dela e azar o meu, era a mesma onde o time que ela torcia jogava, o famoso Boston Globe. Desconfiava que nem fosse tanto pelo time, mas totalmente por influência de um jogador.

Um certo jogador, casado e com filhos ainda por cima. Dayane era completamente louca, a mais tiete das jornalistas que eu conhecia.

Enquanto eu fugia de qualquer pessoa meramente famosa, ela corria e pulava pedindo autógrafo. Eu jamais a entenderia nesse quesito.

- Já estudou um pouco sobre o time e jogadores?- ela me perguntou porque sabia que eu odiava pesquisar sobre esses caras, mas era uma obrigação e claramente ela estava querendo me ensinar, já que sabia tudo sobre eles e ficava como uma maluca falando pelos quatro ventos como eram todos perfeitos.

- Vamos entrar para que eu possa te contar um pouco sobre como anda a temporada e o que basicamente vamos perguntar. Eles não são brasileiros Di, e com certeza são mais secos, então temos que perguntar apenas as coisas mais relevantes, nada de pessoal, muito menos como ele concilia a vida fora dali com o jogo. Foque na performance deles durante os jogos e faça perguntas sobre ela, que tudo dará certo.

Dayane era a que mais gostava de basquete, sempre fui a que cobri futebol, vôlei e demais, quase nunca ficava nesse lado do esporte e caramba, parecia ser bem mais difícil do que eu achava.

- Sabe tudo isso só de ficar tietando os homens?

- Sim e torcendo bastante. Algumas vezes cobri a seleção brasileira de basquete também e como eu já gostava, ficou fácil.

- Certo.

Entramos no apartamento e ele estava totalmente mobiliado, porém, quando abrimos a geladeira não tinha nada, exatamente nada para comer, parecia uma geladeira no meio do deserto, onde você corria pegar uma água e nem isso tinha. A sensação que eu estava sentindo deveria ser exatamente o que as pessoas no deserto sentiam quando a sede os dominava e não havia nada para aplacá-la.

A minha fome iria me consumir se eu não a matasse e rápido.

- Day, vamos comprar algo para comer?

- Vai você, eu estou morrendo de sono e preciso dormir pelo menos um pouco.

- Depois não reclame!

- Ok! – ela disse e foi para o quarto que escolheu, fechando a porta logo em seguida. E ali estava eu novamente, sozinha como gostava de estar.

Peguei uns dólares que tinha trocado ainda no Brasil e fui pra rua a procura de um táxi, o que não seria nem um pouco difícil, levando em conta o manto amarelo que vimos logo que chegamos por aqui. Táxi era bem mais popular do que dirigir carro próprio para o povo americano e tinha que admitir que isso facilitava demais a minha vida, pois não precisaria nem de desculpa para não dirigir.

Na marcação do Amor - Boston Globe III (DEGUSTAÇÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora