Capítulo 4

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Silas


- E é cesta de três para o Globe!!!! Encerramos mais esse jogo com uma vitória considerável do Boston Globe em cima do Los Angeles Slay!

Finalmente aquele jogo tinha acabado, estávamos fora de casa, jogando contra um time considerado bom de briga e completamente cansados. Marcamos mais da metade dos pontos pelo time e garantimos a vitória com uma boa diferença. O mínimo para nos deixar em bons lençóis, porque o desafio realmente estava chegando com os play offs e seria quase impossível um dia de descanso quando eles batiam na nossa porta.

Era esse ano, mais um título pra casa e nós estávamos caminhando para o Hall da Fama, tanto eu, quanto Josh e Allan consagraríamos nossos números no time quando as camisetas subissem vagarosamente até o teto do ginásio do Globe. Aquele sonho era antigo e eu suspeitava que só precisava disso para me sentir completamente realizado, mas a verdade era bem outra.

De nada adiantava a minha alegria se eu não teria com quem dividi-la.

Saí da quadra, em direção ao banco de reservas, sentando e jogando a cabeça para trás, querendo descansar os meus pensamentos que estavam em polvorosa com o jogo completamente recente na minha mente. Ficar prestando atenção a tudo durante mais ou menos duas horas tinha seu preço.

- Levanta aí! Olha lá o que espera gente!

Levantei a cabeça para ver Josh sorrindo da minha cara de acabado. Eu não conseguia nem um minuto de paz, era um verdadeiro ferrado com os amigos que eu tinha. Achava que o passa tempo preferido deles fosse me atormentar, porque nem depois de casados, me davam sossego.

- Vai atrás da sua mulher, vai!

- Ela não veio dessa vez... Senão pode ter certeza que seria isso que eu faria!

- O que vocês estão cochichando?

Ah, pelo amor de Deus! Mais um, não! Já não bastava Josh, aguentar Allan sem a mulher também era uma provação. Principalmente que agora ele tinha quem encher o saco o tempo todo e esse filho da mãe ainda preferia torrar a minha paciência sempre que possível.

- Ah nem cola Allan! Vai pra lá, que daí eu passo de boa e você se lasca dessa vez. Sou sempre eu que tenho que parar para ficar contando como foi o jogo, e se foi como o esperado, e todas aquelas palhaçadas. Hoje eu tô morto, e nenhum pouco afim de ficar papeando.

- Eu vou lá! Esperem um pouco e venham logo atrás.

Josh levantou e foi enfrentar a horda de abutres que só nos esperava sair para parar e ficar perguntando as coisas mais idiotas possíveis. Levantei do banco, já me sentindo um peso morto e inútil, pelo menos nas oito horas que se seguiriam. Eu precisava dormir no voo de volta ou ficaria com uma dor de cabeça dos infernos. E esse era o problema, a dor de cabeça era quase uma certeza, já que dormir em um avião com um monte de caras jogando cartas era praticamente impossível.

- Vou pegar uma água e aproveitar a brecha do Josh. – falei pro Allan que dava risada do nosso amigo se lascando com os repórteres.

Seguimos lado a lado, vagarosamente, porque nem eu e desconfiava nem ele, conseguiríamos correr nesse momento. A euforia pela adrenalina do jogo já tinha evaporado da minha corrente sanguínea e nesse momento eu só pensava em fechar meus olhos o suficiente para descansar.

Peguei a água e senti antes mesmo de ter visto. – Ai porra- Josh tinha jogado a toalha de rosto no meu copo de água, de onde estava dando entrevista e acertado em cheio, molhando meus tênis e minha bermuda. Mas era um desgraçado de mão cheia.

Na marcação do Amor - Boston Globe III (DEGUSTAÇÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora