🌸 CAPÍTULO UM 🌸

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Quando chegamos à mansão rústica onde Matthew passara a infância, me sobressalto ao notar o quão linda ela é. Dois enormes pilares a sustentam, enquanto ela é adornada por um lindo jardim, com flores coloridas e variadas. Parece um conto de fadas. A piscina é de um tom de azul escuro, mas a água é brilhante e cristalina dando-lhe o ar de algo natural. Matthew abre a porta para mim e sua expressão é tensa, cautelosa. Percebo que está inquieto.

- O que está incomodando você? - eu pergunto, segurando de leve a sua mão. Ele me dá um aperto conciliador e um meio sorriso.

- Não estou acostumado a vê-la assim, perturbada. Não sei como agir. - Ele admite, puxando-me contra si e deposita beijos em minha cabeça.

- Apenas me abrace assim e vai ficar tudo bem - eu murmuro, torcendo para que minhas palavras soem verdadeiras.

Uma energia densa e estranha paira no ar. Não sei identificá-la como algo bom ou ruim, mas é estranho. Ele pega nossas coisas e leva para dentro da casa, quando um senhor aparece na porta e parece surpreso com a nossa visita.

- Senhor Drake, eu não esperava vê-lo aqui. - O homem se apressa em pegar as bolsas da mão de Matthew, mas ele o dispensa com um gesto sutil. Deve ser o caseiro ou algo assim.

- Está tudo bem, Marcelo, eu posso levar. Essa é Samantha, minha namorada. - Matthew parece orgulhoso ao dizer isso e involuntariamente solto o ar que estava prendendo. Sei que para ele, ainda é algo novo que tende a ser explorado, mas para mim, de certa forma, funciona da mesma maneira. O senhor, Marcelo, olha para mim com uma expressão quase incrédula e eu solto uma risadinha.

- Estranho, não é? Também não acredito até agora. - Cumprimento Marcelo com dois beijinhos na face e ele fica ruborizado. Matthew estreita os olhos.

- Vem, Samantha. Chega de distribuir beijos por aí.

Reviro os olhos, mas o sigo.

A casa é ainda mais bonita por dentro. No entanto, um pouco grande demais. Parece que o exagero de Matthew vem de família. Ele me puxa pela escada em L e eu observo que ela tem um estilo antigo, porém com toques de modernidade. A casa em si, é uma mescla de gerações. As cortinas, por exemplo, são romanas e de borda escura, enquanto os móveis são de última geração. Chegamos a um corredor extenso e com várias opções de porta. Matthew me lança um olhar especulativo e parece tomar uma decisão no instante em que seu rosto se parte em um sorriso tímido e as suas covinhas ficam acentuadas.

- Espero que não se assuste com a quantidade de revistas da play boy que você pode encontrar no meu quarto. - Diz ele, com ar brincalhão.

Solto uma risada alta e balanço a cabeça como se estivesse resignada.

- Se elas lhe conferiram o prazer que você me causa, posso viver com elas. - Dou de ombros e ele sorri. Matthew me leva para uma porta afastada e meu peito se enche de emoção quando ele abre a porta e me dá passagem.

As paredes são de uma cor verde água e ao invés de "revistas da play boy" elas são adornadas por coleções e mais coleções de carrinhos e super-heróis. Os carrinhos e bonecos estão metodicamente organizados, sem um milímetro fora do lugar. A cama, muito bem feita, está vestida por um lençol azul escuro e na sua esquerda tem uma estante média. Sobre ela, há somente duas fotografias. Me aproximo e Matthew segura meu pulso, como se me impedindo de continuar. Eu lanço a ele um olhar de suplica, quero conhecê-lo desesperadamente. Os olhos azuis me fitam com intensidade, ele tenta fazer com que eu desista, mas eu continuo firme. Olhando-o e pedindo com o olhar que ele me deixe... entrar. Alguns segundos depois, ele me solta e senta sobre a cama. Os cotovelos apoiados no joelho e as mãos seguram o rosto que está abaixado. A cama, mesmo sendo de casal, parece pequena para ele.

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