Capítulo 3

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Bella...

Por favor, não me odeie... Eu já me odeio por nós dois.

Estou indo embora. Para sempre. Pelo único motivo de querer te proteger.

O que houve no seu aniversário, apesar de um acidente, foi algo que eu, de certa forma, já esperava.

Isso tudo sempre foi muito perigoso... Muito arriscado. Mas sempre que eu pensava em te dizer “adeus”, você sorria, dizia que me amava, ou corava sob meu olhar... E, por Deus, eu esqueço o mundo quando isso acontece.

Mas agora não posso fechar os olhos e negar o que está bem na nossa frente. Eu sou um monstro, sem alma e egoísta... E você é preciosa demais para correr os riscos iminentes de se conviver comigo.

Eu agradeço a você por tudo... Amar você é o que me mantém vivo e, por mais distante que estejamos, eu sei que, em algum lugar, você estará mais feliz que ao meu lado.

Eu ainda me lembro da primeira vez que a vi... Eu já te amava naquela época e sabia que você seria eterna para mim. Você surgiu como um anjo, para tirar meu ser da escuridão. E agora cabe a mim me afastar... E devolver a luz a você.

Eu ainda te amo.  E tenha certeza, Bella, amor, que eu sempre irei te amar. Amor de vampiro é único. Uma vez que se aloja no coração, não há como extinguir. Mas você é humana... Minha frágil humana. Minha Bella. E merece uma chance de ser feliz de verdade.

Eu sinto muito. Sou covarde o suficiente para não te dizer isso pessoalmente.

E não peço o seu perdão. Apenas desejo que me compreenda e que se lembre de que jamais te esquecerei.

Você é tudo para mim. Está fixada em meu ser. E isso é imutável.

Eu amo você. Muito.

Edward.

– Bella, amor? – a voz de Damon soou, vinda do andar de baixo.

            Rapidamente guardei a carta no criado-mudo, secando as lágrimas teimosas que deslizaram por minha face. Peguei meu notebook, sentando-me desajeitadamente na cama, enquanto abria uma página qualquer da internet.

            Remoer o passado era algo que eu comumente fazia. Era inevitável. Sempre que ficava sozinha em casa, acabava por me torturar com aquela carta – já amassada e desgastada tantas as vezes que ela esteve em minhas mãos.

– Oi, meu anjo – Deitou na cama, após me dar um doce beijinho. – Já terminou de arrumar as coisas?

            Ele parecia não ter notado que antes eu chorava. Benditos sejam os genes de vampiro! Nada de olhos vermelhos após chorar...

– Já sim, amor – sorri, fechando o computador enquanto me deitava ao seu lado, olhando-o ternamente. – E as crianças? Correu tudo bem no caminho?

– Amor, eu as levei à escola... Há dez minutos daqui – riu. – Elas chegaram sãs e salvas – Dizendo isso, senti os braços do meu marido me acolherem, deitando minha cabeça em seu peito.

            Havíamos nos mudado há poucos dias para a Itália e ainda estávamos terminando de organizar tudo em nossa nova casa.

– Sabe no que estou me lembrando? – perguntou, olhando-me.

– Hm? – sorri.

– De quando nos conhecemos...

– Você era muito galanteador... – sorri, encostando nossos narizes.

Respiro MeOnde histórias criam vida. Descubra agora