Tá. OK. Essa é uma dica meio difícil, já que você praticamente baba toda vez que a pessoa passa perto de você, mas mesmo assim, faça o seu melhor para segui-la.
Bem, o meu melhor talvez não fosse tão bom assim.
Annie e eu passávamos por uma ponte aleatória quando o ser mais lindo do mundo brotou do chão – calma, calma, não estou falando no modo literal. Ele apenas apareceu de repente... Você entendeu. – A princípio, eu não o vi, então continuei a tagalerar com a Annie.
— Eu posso ir à sua casa agora? – ela pedia. – levar meu telescópio, sabe. De lá os ângulos são melhores e...
— Annie – a interrompi.
— O quê?
— O Christian não gosta de garotas.
Ela deixou os ombros cederem, lamentando-se baixinho. Usar o telescópio como desculpa para ver meu irmão era realmente estúpido, quando eu já sabia a verdadeira intenção dela. De qualquer forma, era bom que ela continuasse apaixonada por ele, já que metade dos garotos que gostavam dela eram imbecis, metidos a garanhão. Bem, o meu Jackson não era assim. Ele era tão fofo e calmo, ficava no canto dele e não mexia com ninguém. Ele era um amor.
O frio ainda não tinha passado completamente, mas agora eu podia andar sem casaco. Que mais não fosse, meu melhor casaco estava na máquina de lavar fedendo a lixo. Eu tinha que superar o fato de que eu era doida e desastrada, mas não hoje.
— Posso te chamar de ratinha? – A Annie perguntou de repente.
— O quê?
— Você não estava dentro da lixeira ontem?
Empurrei ela com força, e a mesma cambaleou e voltou até mim rindo – aquela risada que parece o som de uma galinha. É. Isso mesmo.
Mas de repente, ela parou e apontou para a outra extremidade da ponte.
— Não é o seu crush ali?
Me virei.
...
.......
............Ok, eu ia ter uma parada cardíaca.
De costas, usando uma blusa de mangas cinzenta e uma boina vermelha estava aquela criatura que nem parecia real. Seria um ser humano? Ou uma escultura? Eu não saberia dizer. O céu azul enfeitado de nuvens que pareciam algodão-doce só enfatizava a sua beleza. Certo, eu não posso negar que estava caidinha por ele, mas esse era o meu ponto de vista como fotógrafa, não como garotinha apaixonada.
Talvez fosse também.
Annie me empurrou, fazendo-me despertar do transe.
— Vai lá, corre!
Eu corri mesmo. Eu corri como uma louca, com o coração martelando no peito. Cara, o que eu estava fazendo? Tinha perdido o juízo? Por que estava correndo? Eu juro que queria parar, mas não consegui.
Eu literalmente pulei em cima dele.
Foi tudo tão rápido! Num segundo, eu estava me chocando contra ele e, no seguinte, estava levando um choque térmico por causa da água gelada. Só tive tempo de prender o fôlego.
Queria ter morrido afogada.
Subi para a superfície, tremendo até a ponta dos dedos. Tirei o cabelo do rosto e abri um olho de cada vez, morrendo por dentro... Só que eu comecei a rir em seguida, e isso com certeza deve ter piorado as coisas.
Jackson emergiu logo em seguida, com o cabelo grudado na testa e sem a boina. Pestanejando, ele olhou para mim.
Eu ia morrer.
Se eu pudesse descrever a sua expressão naquele momento, eu diria: Confuso. Era como se de repente ele nem soubesse onde estava mais, só olhava para mim com a boca semiaberta e os olhos piscando ocasionalmente. Eu ainda ria. Não dava para ficar séria naquela situação.
— Você tem demência? – Ele perguntou finalmente.
Prendi o riso ao máximo que eu pude. Céus, eu estava congelando!
— Desculpa, eu... Eu...
— Por que você pulou em cima de mim?
Eu queria responder que não resisti, que precisava mesmo fazer aquilo, mas só o que eu fiz foi nadar até a margem do rio e pular para fora, sentando-me ali. Minha saia e blusa estava grudadas em meu corpo, e eu não sentia mais os sapatos no pé – ah não, eu os perdi!
— Eu não pulei, ok? – Falei, tranquila, me levantando e limpando a terra da minha roupa. – Eu só caí. Caí porque estava correndo desgovernada.
Ainda na água, mais perdido que cego em tiroteio, ele arqueou uma sobrancelha.
— Espera. Você é a menina da lixeira!
— Menina da lixeira? O que é isso? – Ri nervosa.
— Você é sim! Estava espionando o Tony, não é? Espera... – Ele arregalou os olhos. – Você não estava espionando ele. Estava me espionando! Por isso pulou em cima de mim.
Revirei os olhos. "nossa, Jackson, você é realmente um gênio".
— Primeiro: eu não sou uma espiã – Falei, mesmo que soubesse que ele não acreditaria. – E segundo: eu já disse que não pulei em você. Eu caí. Caí!
Ele começou a vir para a margem também, e saiu habilidosamente. Oh, céus! Estávamos frente a frente. Eu ia morrer. Já disse que ia morrer? Pois é. Isso ia acontecer logo, logo se eu não me lembrasse urgentemente de como se respira.
Como eu disse, ele era um pouco maior que eu, mas não tanto. Sendo assim, era inevitável não olhar diretamente nos olhos dele – olhos escuros e profundos, tão inocentes que pareciam pertencer a uma criança.
— Eu não sei o que você quer – Disse ele – mas será que você poderia parar de me perseguir como uma maníaca? Obrigado.
Bufei, dando-lhe as costas e começando a ir em direção a rua. O dia estava começando a chegar ao fim, portanto, tudo estava engolido pela penumbra. Quando cheguei a rua, observei que os postes de luz já estavam acesos, enviando uma iluminação alaranjada ao lugar.
— Eu não sou espiã, Jackson – Falei em tom de chateação. – Eu gostaria que você parasse de me chamar disso.
— Ah, é? – Ele surgiu ao meu lado pouco depois. – Então como sabe que eu me chamo Jackson?
Abri a boca para responder, mas fechei em seguida por falta de argumento. Fui obrigada a encarar o olhar triunfal de Jackson, mas não fiquei admirando por muito tempo. Logo me dei conta de que Annie havia sumido e de que eu teria que ir embora sozinha. Estava tão frio naquela roupa molhada que eu certamente ficaria resfriada.
— Ei – Falei para Jackson. – Vem comigo até em casa? Somos praticamente vizinhos, então faça isso.
Ele ergueu as sobrancelhas perante ao meu pedido.
— Ok, espiã. – Ele riu. – Mas você é muito estranha. Só para deixar registrado.
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13 dicas sobre como conquistar o Crush!
HumorPois é. Esse é o tuturial mais maluco feito pela menina mais estranha do mundo! O nome dela era Susana, e ela costumava ter um jeito diferente de ver o mundo. Como toda garotinha sonhadora, ela tinha o seu crush e vivia imaginando o dia em que final...