Capítulo vinte e três

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O caminho para casa foi tranqüilo. Will e Lily conversaram por todo o caminho. Will fazia perguntas básicas, como quando é o aniversario dela – por mais que ele já soubesse – quando ela começou a andar, quais foram as suas primeiras palavras, com quantos anos ela foi pra escola pela primeira vez e como tinha sido, como ela ia na escola e quantos amigos tinha. Lily respondeu todas e também fez algumas, quando ela perguntou se Will pretendia se casar comigo ele deu um sorriso de alguém que iria aprontar e deu de ombros.

_Acho que não voi achar alguém que me suporte como Louisa suporta.

_Pode ter certeza que não. Isso não é uma tarefa fácil, eu mereço um premio por isso – eu disse.

Lily riu, Will ficou olhando para ela enquanto ria, seu olhar era de um pai babão.

_E o que você acha Lily? – ele pergunta – Devo me casar com a moça de sapatos cereja?

Ela deu de ombros.

_Acho que ela daria uma boa madrasta, e alem do mais, ela tem um ótimo gosto para roupas. 

Lily também perguntou sobre os gostos musicais de Will, os tipos de filme favoritos, e eu fiquei surpresa por perceber que os dois gostavam praticamente das mesmas coisas. Will e eu contamos a ela a nossa historia juntos e ela me agradeceu por não deixar o cabeça oca do pai dela – palavras dela, não minhas, por mais que eu concorde – a não se matar. Will revirou os olhos, balançou a cabeça a riu. O clima entre nós estava ótimo e eu estava curtindo aquela viagem “família”. Quando chegamos em casa, eu desço Will do carro e tiro a mochila de Lily do porta malas. Depois de trancar o carro, eu me preparo para empurrar a cadeira de Will, já que as baterias da mesma estavam ficando fracas, mas Lily me surpreendeu quando pediu para empurrá-lo, eu sorri e deixei que ela o empurrasse enquanto eu abria a porta e os dois conversavam alegremente atrás de mim. Assim que ela entrou dentro de casa, ela parou no meio da sala e ficou observando tudo, como se estivesse entrado em um ambiente estranho.

_Seja bem vinda Lily. A partir de hoje, essa é a sua casa – Will disse.

Ela franziu o cenho.

_Você não vai me mandar ir embora amanhã? – ela pergunta.

Will fez uma cara confusa.

_Mas é claro que não. Você é minha filha, não vai dormir por ai e depender da bondade dos outros, você tem uma casa, e é essa aqui.

_E se você permitir, nós seremos a sua família, claro que se você quiser morar com sua mãe... – ela me interrompe.

_Não! Pra lá eu não volto.

_Então está resolvido, você fica conosco – Will diz satisfeito.

Lily abre um sorriso e faz que sim com a cabeça. Eu abro uma das gavetas da estante e pego carregador para a cadeira de Will, ligo os fios na cadeira e ligo na tomada.

_Will fique ai para sua cadeira carregar, eu vou levar Lily até o quarto dela.

Ele bufa de frustração.

_Tudo bem.

_Não seja rabugento – eu me aproximo dele e lhe dou um beijo rápido nós lábios – Nós já voltamos, venha Lily.

Eu começo a andar pelo corredor e ela me segue, com um sorrisinho nós lábios.

_O que foi? – eu pergunto sorrindo.

Ela balança a cabeça e olha para mim, seus olhos estavam brilhando e eu sabia que ela estava feliz. Ler as expressões de Lily era a mesma coisa que decifrar Will, e nisso eu já tinha até doutorado.

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