Ao fim de tudo

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Onew olhou para o garoto que dormia enrolado no lençol branco. As roupas estavam espalhadas pelo chão onde ele as jogara após rasga-las no corpo e partir para o chuveiro. Naquele momento Taemin parecia tão frágil e inocente, como um anjo passando pelas provações terrenas. O ódio por Minho inflava dentro de si. Como ele ousara tocar daquela forma tão bela criatura?

Sr. Lee mandara-o desistir, disse-lhe que não haveria futuro naquela relação. De certa forma Onew concordava com ele. Taemin nunca estaria livre enquanto aqueles monstros estivessem vivos. Seu olhar foi atraído pela arma que se encontrava em cima da mesa, ela parecia brilhar chamando sua atenção. Dezenas de cenas diferentes passaram-lhe pela cabeça e, num impulso, ele levantou e a agarrou. Voltou-se novamente para o garoto que se remexia em seu sono.

-Eu acabarei com isso, Taemin. Mesmo que para conseguir sua liberdade eu deva sacrificar a minha própria vida.

Saiu rapidamente pelo corredor, tomando cuidado para não fazer barulho. Ouviam-se sons de música e risadas ao fundo, mas ele ignorou caminhando até seu destino.

A porta foi aberta com um estrondo. Minho assustou-se e as duas garotas seminuas que o acompanhavam também. Uma delas levantou-se de entre as pernas do moreno cobrindo-se inutilmente com uma toalha.

-O que foi? –indagou Minho. –Decidiu que quer saber como é minha foda também? Aposto que se experimentar nunca mais volta para aquele garotinho mimado.

Onew não disse nada. Os olhos estavam fixos em Minho. Com a arma ele fez sinal para que as garotas saíssem. Elas correram apressadas para a porta.

Minho abriu um sorriso frio.

-Então decidiu me matar? Parece que você não está no seu melhor estado mental para ignorar as consequências de tais atos. A vadiazinha vale tanto assim?

-Eu estou pouco me fodendo para o que você acha, Minho. Para mim você é apenas uma escória. Eu não ligaria se o que você fizesse dissesse respeito apenas a você. Mas eu não vou perdoa-lo pelo que fez a Taemin.

-Se eu soubesse que isso ia dar tanta dor de cabeça eu teria ido até o final e pelo menos ter feito valer a pena. –ele tentou disfarçar o olhar que lançou sobre a arma na escrivaninha, mas Onew notou e atirou contra a mesa fazendo o impacto derrubar a arma longe e assustando o moreno.

-Não vejo porque prolongar isso. Nos vemos no inferno, Minho.

-Você viverá para se arrepender disso, Jinki.

A arma foi disparada, um total de três tiros. O sangue escarlate espalhou-se pelo tapete felpudo enquanto Onew observava o corpo sem vida do moreno. Choi Minho estava morto.

**

Taemin acordou em um pulo. Não estava dormindo totalmente quando Onew saíra, as palavras que ele dissera ainda ecoavam em sua cabeça. Não, Onew. Você não pode vencer os meus medos por mim.

Vestiu-se rapidamente com uma camiseta social branca de manga comprida e uma calça preta, agarrou sua arma escondida na cabeceira e saiu apressado. Ele sabia que mais cedo ou mais tarde teria que lidar com aquilo, encarar seus medos e as consequências, mas sentia-se tão impotente. Era como se assistisse ao mundo desmoronar e não pudesse fazer nada. Mas não podia continuar fugindo, era hora de resolver aquilo de uma vez por todas.

Encaixou o silenciador enquanto seguia pelo corredor e atirou nos dois guardas da porta. Os corpos caíram com um baque, vozes alteradas foram ouvidas do outro lado. Empurrou a porta atirando nos outros dois guarda-costas do lado de dentro antes que tivessem tempo de assimilar a situação.

Dangerous Game (OnTae)Onde histórias criam vida. Descubra agora