Eu Só Quero Te Amar

CAPÍTULO 01

Cheguei meia hora adiantado na universidade, passei pela entrada e fui seguindo as direções das placas de sinalização para descobrir qual a direção do prédio do meu curso, mas sempre me distraia olhando a universidade por onde eu passava.

As pessoas passam por mim e devem achar que eu sou um retardado que nunca viu uma faculdade antes. Nem acredito que esse dia chegou. Eu sinto como se quando eu entrar lá nada será o mesmo. E possivelmente é o que vai acontecer. Isso é assustador.

Checo meu look pela milésima vez. Estava com uma camisa cinza que tinha três botões em um dos lados da gola e ela combinava perfeitamente com a calça preta e a Nike preta com bordas brancas.

Tudo certo.

Estou apresentável.

Respiro fundo e digo para mim mesmo:

- Tá na hora! – e me foco em encontrar o prédio do curso de administração.

Atravesso o portão de entrada da faculdade e fico impressionado. Ela é enorme: com muitos prédios, tinha árvores por todos os lados – pelo menos eles se preocupavam em preservar a natureza- e com uns espaços com alguns bancos aonde tinha pessoas sentadas em conversas que pareciam superinteressantes.

Havia pessoas andando para todos os lados, parecendo muito ocupadas e uma ou outra esbarrava em mim e fazia aquela cara de "o que tá fazendo seu idiota! Olha pra frente", mas era impossível, eu tinha que olhar para tudo, era como se tivesse apenas alguns segundos para ver e tudo fosse sumir da minha frente depois.

Logo paro um cara com uma aparência mais simpática e pergunto onde é o prédio do curso de administração e logo ele me mostra a direção que eu devia ir e o agradeço.

Sigo o caminho e vou em direção a uma área aberta que fica no centro da faculdade que tem mesas em baixo de uma cobertura e de algumas árvores, pois muito almoçam ai, pois tinha saída da lanchonete universitária e é o local onde todas as pessoas de todos os cursos se juntam e confraternizam.

Atravessei a lanchonete bem divagar porque assim tinha tempo de me preparar mais para ir para a sala de aula – nunca tive tanto medo de ir para um lugar como hoje há, há... – e dar umas olhadas discretas nos caras que estavam lá – e sinceramente tinha cada cara gostoso que eu desejei ficar lá para sempre, mas a festa logo acabou quando dei uma olhada no relógio e percebi que faltava pouco tempo para as aulas começarem. – e eu nem se quer sabia em qual andar era a minha sala! – Acelero meu passo em direção ao prédio do curso em total desespero e bato de frete a um cara.

- Desculpe ... – então por questão de segundos sou segurado pela gola da camisa e sou prensado contra a parede do corredor.

- Desculpa nada, seu imbecil! – disse um garoto com uma cara de poucos amigos que nunca vi. Eu quase imediatamente seguro nos pulsos dele para que me soltasse e o olhei.

Pior hora para reparar no cara, mas mesmo assim eu fiz.

O rosto quadrado que agora estavam muito serio, cabelos um pouco grandes com o topo mais longo e escuro, tinha até alguns fios sobre sua testa e seus olhos que eram bem diferentes, o direito azul e o esquerdo era parte castanho que agora me olhavam fixamente.

Certo fiquei muito impressionado com o cara.

Claro que ficaria mais se ele não estivesse tentando arranjar confusão sem motivo.

Me distrai alguns segundos com isso, mas logo tentei novamente tirar sua mão da gola da minha camisa, mas não consegui e esbravejei:

- Me solta seu estupido! Eu já pedi desculpas! – já havia ficado com raiva nesse momento.