CAPÍTULO 33

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(Alex)

Já na sala de estar pego a chave do meu carro na banca e só aí eu reparo no Arthur perto porta, que parece já ter a deixado aberta para mim, com um casaco na mão me esperando. Ele deve ter ouvido tudo daqui e já preparou tudo para mim. Vou em sua direção, o vendo com um olhar amistoso enquanto ouço uma conversa acalorada vinda da cozinha e penso no que falam.

Eu sei que deveria ter ficado e conversado com minha mãe e meu irmão, mas acho que seus olhares para mim me assustaram e eu meio que estou sendo covarde saindo assim, mas... Acho que minha cota de coragem do dia já se esgotou.

- Está frio, menino Alex... – diz Arthur ao me entregar o casaco com uma expressão apreensiva.

- Acha que eu fiz errado? – o questiono que me encara compassivo, eu diria melhor, carinhoso, como um avô olha para seu neto problemático.

- Tinha formas melhor de dizer... Mas o senhor o fez na hora certa. – ele me fala com cuidado e uma certeza incrível, pois nem pensou para me responder.

- Você acha mesmo isso? – pergunto enquanto abro a porta de casa.

- Você é um garoto doce, Alex. E mesmo com medo do preconceito você nunca deixaria alguém inocente sofrer o mesmo na sua frente, sem o defender, principalmente se for alguém que você ama. – sorrio para o Arthur agradecido por suas palavras – Você se coloca no lugar dos outros e se importa com o Nicholas. Essa é sua principal qualidade.

- Ah... Nem imagina como é bom ouvir isso. – o Arthur sempre com suas palavras confortantes – Mas não defendi o Nicholas antes... Eu...

- Seu pai já falou muito dos amigos de sua irmã. Se você ouviu algo e se calou é porque não estava pronto para fazer algo a respeito, pois sabia que não mudaria o que o senhor Jonathan pensa. Só que a coisa muda de figura quando isso passa de uma opinião preconceituosa para uma humilhação. – ele pontua e eu concordo com a cabeça.

- Você ouviu a conversa dele com o Nicholas hoje de tarde? – pergunto ainda surpreso com suas palavras a mim.

- Me desculpe por isso, mas sim, eu ouvi sem querer quando ia voltando para a cozinha. Fiquei até um pouco triste com a forma que você agiu na ocasião...

- Eu também me decepcionei muito com minha falta de iniciativa naquela hora. – digo abaixando a cabeça todo envergonhado com minha falta de ação naquela ocasião.

- Levante a cabeça, Alex. – Arthur fala e eu de imediato faço, pois nunca o vi falar com a voz tão decida para mim – Você só não sabia o que fazer e o medo tomou conta de você. – começamos a andar para fora da casa indo para a garagem, Arthur pegando no meu ombro para me confortar – Como humano você errou naquela hora, mas também você só esperou o momento certo para dar tudo de si ao defender o senhor Nicholas, quando ele nem aqui estava para se defender e isso sim é admirável!

As palavras de Arthur me enchem de esperança que o Nicholas entenda da mesma forma, que ele me aceite agora que eu posso ser que realmente desejo ser.

- Obrigado, Arthur. Mesmo. Essas palavras foram muito importantes para mim. – ele então acena com a cabeça e eu me viro para ir pegar meu carro na garagem.

- Jonathan, pare! – me viro de volta na direção do grito e vejo meu pai empurrando Arthur que quase caiu.

Ele vem vindo em minha direção, eu achando que era para me bater mais, mas ele somente tira a chave do meu carro de minhas mãos.

- Você não vai a lugar nenhum entendeu?! Você não vai bagunçar nossa vida e depois fugir como um covarde para casa do seu namoradinho, eu não criei filho gay e muito menos fraco! – esbravejou para mim, cuspindo saliva de tanta raiva no processo.

Eu Só Quero Te AmarOnde histórias criam vida. Descubra agora