As Noites Com Ela

794 41 6
                                    

Linda, para mim, uma das maravilhas do meu mundo, era ela, ela que iluminava minhas noites mais escuras, ela que me dava uma razão para a vida, mas eu não poderia tê-la, não, não mais, não depois do que eu fiz. Não só eu como ninguém mais poderia tê-la.

Ela estava lá, ela costumava a estar lá, sentada tomando um café com pouco leite e uma quantidade razoável de açúcar, bebia de pouco em pouco, saboreando o café, aquele café que eu fazia todas as manhãs especialmente para ela, até me esquecia dos outros clientes e ficava a admirando pela cozinha, pelo menos costumava a admira-la, depois de seu demorado café, ela se erguia e caminhava pelas ruas de Londres sem rumo, e eu, a admirado partir de forma lenta, mas não dolorosa, pois sabia que voltaria no dia seguinte, pelo menos, deveria ter voltado.

Ela não sabia o meu nome, nem me reparava observando escondido ou lhe perseguindo, mas eu sabia muito sobre ela, seu nome, um dos mais clássicos, Elizabeth, morava no décimo quarto andar do apartamento próximo a cafeteria que eu trabalhava, tinha uma cadela de raça poodle, seu nome, Anastácia, o mesmo de sua vó que morrera décadas atrás, eu sabia bastante sobre ela, mas ela não sabia nada sobre mim.

Eu estava cansado de vê-la partir todos os dias, eu sonhava com ela, com seus olhos cor de mar, fechando- se de forma lenta e suave, como uma dama, e dormia, um sono leve e tranquilo, então, numa manhã qualquer, eu comecei a me aproximar um pouco mais e, no momento exato que ela se levantou para abandonar a cafeteria como todas as manhãs, propositalmente me esbarrei em seus ombros, no propósito de derrubar sua bolsa, e assim foi feito, peguei sua chave sem perceber e guardei, recolhi os utensílios que haviam caído, pus na bolsa e a devolvi, e ela partiu novamente. Fui correndo ao depósito e peguei um sabonete, pressionei as chaves contra ele para criar seu formato e poder fazer uma cópia, depois pus um casaco com capuz e novamente e fui atrás dela, pondo sem perceber suas chaves de volta, peguei as cópias das chaves no mesmo dia e por volta da meia-noite fui em sua casa, abri a porta levemente para não acorda-la, fui ao seu quarto e fiquei admirando durante umas 2 horas e continuei com esse processo durante meses, até que em uma noite resolvi fotografa-la para tê-la em meu quarto, para poder dormir observando seu rosto e seu corpo, e eu consegui, mas o flash estava ligado e segundos ela acordou, eu havia corrido logo quando percebi o flash ligado, ela não havia me visto, não naquela noite, na outra noite tentei de novo, fui ao apartamento, mas havia uma coisa diferente, na sua cama não estava só ela, ela estava acompanhada, acompanhada de um homem qual nunca tinha visto na minha vida, então, com medo de acorda- lo fui embora, cheguei em casa, estava traumatizado, como ela pode me trocar por um qualquer? Eu não era suficiente para ela? Eu não consegui entender, então o ódio ocupou todo o espaço do meu amor por ela, eu estava com muita raiva, não conseguia olhar em sua cara, aquela vadia não merecia minha presença, então, armei um plano.

Na noite seguinte, fiquei lhe perseguindo até seu apartamento ela estava só, esperei dar meia-noite e então entrei no seu apartamento, e fechei a porta normalmente, num gesto leve, queria lhe fazer uma surpresa, sentei em sua poltrona ao lado da cama e bati os pés fortemente no chão, ela acordou assustada, se virou, quando me viu sentado com uma faca na mão, ela começou a gritar e eu não estava entendendo o porquê, só queria conversar, tirar algumas satisfações, mas ela não se calou e fui direto ao ponto, uma rápida facada no coração, ela caiu, sua cama começou a se encher de sangue, ela estava morta, EU a matei, o que eu fiz? Por que eu fiz isso? minha consciência pesou-se, eu não havia mais razão para viver, não sabia o que fazer, então, peguei a faca que estava em seu peito em um golpe acertei minha face, cai em sua cama, em cima do seu corpo, eu estava morto. Então viveremos felizes para sempre no inferno.

**O homem que estava em sua cama era seu irmão, que a visitou, o ciúmes tomou conta de seu corpo, então agiu sem pensar e acabou matando seu amor(se iludindo, achando que ela o amava também) e se matando.**

Enquanto o Bem Dorme - Contos de Suspense e TerrorOnde histórias criam vida. Descubra agora