4 - Trust Nobody...

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Gaby não consegue parar de bater a mão ao ritmo da musica e ela parece conhecer todos os convidados, conta-me de como conheceu Scott e na verdade era uma historia banal, ela tem uma loja onde desenha e produz a sua própria roupa por medida, todos os seguranças da equipa de Scott usam fatos feitos por ela e os dois tiveram um relacionamento durante alguns meses mais ou menos dois anos mas ele terminou tudo sem muitas explicações partindo o seu coração da pobre mulher. Pelo menos disso eu estou bem protegida, sei que ela gosta dele pois cada vez que pronuncia o seu nome vejo os seus olhos brilharem e abre um sorriso encantador, ele também tenta controla-la com o olhar quando algum homem se aproxima para lhe falar, quão estranho pode ser o Amor? Por momento tive a ilusão de ver alguém que conheci no passado mas varro o lugar com os olhos e nada. O tal Kevin chega perto de nós e pede que o acompanhe até Scott que pretende falar comigo, vejo Gaby sorrir de lado antes que entre pela primeira vez na casa exuberante com tetos altos e candelabros lindos, uma casa com muito estilo parecida com a da minha família, entro no escritório com decoração imponente onde Scott e Adam já nos esperavam, eu sei o que vem aí...

— Pode sentar-se Kerry!

— Obrigado Scott mas pode começar com as questões.

— Gosto da sua frontalidade! - ele sorri. - No entanto tenho ser franco e directo, quem é Kerry Santos?

— Portanto você andou a investigar sobre mim e deve ter encontrado muitas falhas de informação. - Bato com as unhas no copo fazendo um barulho que demonstra o meu desagrado.

— Demasiadas para alguém que não tem nada a esconder.

— Todos temos algo a esconder Scott, eu apaguei o meu passado e vocês fingem ser seguranças quando na verdade aposto que são agiotas, cobradores de dividas difíceis!

— Como sabe disso? - Adam pergunta olhando para os outros dois.

— Casa de luxo, descrição a mais, afastar as pessoas que ama por segurança, muito dinheiro, a lista é infindável mas falemos do que importa eu amo Ellen como uma irmão e isso é tudo.

— Kerry uma mera administrativa da area de gestão de clientes de uma cadeia de hotéis não tem dinheiro para um Lamborghini.

— Eu compreendo mas se quiser saber mais terá de assinar um acordo de confidencialidade, pense nisso e quando quiser é so dizer!

Saio do escritório contrariada e frustrada pois detesto que tentem vasculhar a minha vida, sei que não vão encontrar nada, trabalhei de mais para isso mas mesmo assim eu fico fora de mim, dou por mim já no estacionamento encostada ao carro...

— Esse carro é seu? - Eu não preciso de olhar, reconheço a voz do amigo do monstro de longe.

— Sim ele é meu! - Tento não olhar para o seu rosto.

— Você é linda e o carro também só falta uma companhia a vocês dois. Já agora o meu nome é Ryan. - Conheço-o melhor do que ele imagina, ele estende a mão para um cumprimento que eu não correspondo.

— Eu tenho companhia não preciso de mais ninguém, pode dar meia volta e voltar para a festa.

— Olhem só como ela se impõe, gosto disso.

Não gosto do rumo da conversa, mesmo de noite consigo ver que embora mais velho ele continua com as mesmas feições e a mesma prepotência, a sua voz sempre terá um tom cínico que me faz lembrar das vezes que estava presente em cada humilhação que sofri. Ele não me reconhece e nem pode pois a minha mudança de menina indefesa para uma mulher fria é tão radical que até chocou a minha avó, a única que soube de tudo para além do meu pai adotivo. Ele dá dois passos na minha direção e sinto o meu corpo enrijecer, o meu coração bater disparado, ponho a mão dentro da bolsa onde eu sempre tenho uma pequena arma, sei que não há ninguém por perto, se eu fico assim com Ryan imagina quando enfrentar ele...

— Atrapalho alguma coisa? - Salva por Kevin.

— Oi Kevin tudo bem, eu estava a tentar travar amizade com a senhorita. - Kevin olha para mim e eu baixo a cara e respiro fundo.

— Ela está comigo Ryan por isso recomendo que te afastes.

— Já entendi, estou a ir companheiro. - pelo tom de voz dá para ver há alguma tensão que há entre os dois.

Assim que Ryan desaparece de vista Kevin aproxima-se...

— Estás bem?

— Sim, obrigado. - Volto a fechar a bolsa para que não vejo o seu conteúdo.

— Ryan não é boa companhia, mantem-te afastada dele.

— Eu sei bem quem ele é!

— Tens as mãos geladas - Quando ele pega a minha mão eu quase salto com o seu toque quente.

— Eu acho melhor ir andando.

— Não faças isso, Ellen iria ficar bem triste, basta estares perto de mim.

— Eu não preciso de proteção. - Abro a mala e mostro a arma o que o faz ficar confuso de certa forma, uma mulher armada é mau pressagio.

— Vamos!

Ele acena e eu aceito acompanha-lo, Ellen não me perdoaria, vamos lado a lado tomando atenção á letra da musica que ecoa...

"Vou te dizer como eu quero

(Como você quer?)

Amor, como você precisa, me diga

(Exatamente como você precisa)

Espero que você seja bom em guardar segredos

(Sou bom, sou bom)

Diga que é você bom em manter segredos

(Sou bom, sou bom)

Porque você sabe que não confio em ninguém

(Oh)

Sei que você não confia em ninguém

(Eu não)

Disse que só eu posso tocar seu corpo...

Você deve ser alguém, porque não confio em ninguém

Mas se eu tocar seu corpo, talvez eu confie em alguém..." (Selena Gomes)

— Essa és tu? - Ele pergunta e eu paro olhando para ele sem entender.

— Como?

— Tu és assim, não confias em ninguém! - A forma como ele avalia cada passo que dou, assusta-me!

Kerry (Completo Na Amazon)Onde histórias criam vida. Descubra agora