Eu o esperei por meses, semanas, dias mas ele nunca voltou, levantava de minha cama e caminhava até meu celular com a esperança de que houvesse alguma mensagem dele ali, porém não existia nenhuma.
O tempo passou, assim como minhas esperanças, meu amor por ele assim permanecia, mas eu preferi acreditar que eu o odiava e que nunca iria o amar novamente.
Depois de dois meses vivendo naquele hotel eu descobri que estava grávida, meu mundo desabou em poucos segundos, como eu cuidaria dessa criança, é impossível, simplesmente impossível, eu não tenho família e o pai dessa criança não se importa comigo.
Senti meu coração acelerar e de repente meu telemóvel apitou em cima do pequeno criado mudo ao lado de minha cama, estava com o teste de gravidez em minhas mãos e por alguns minutos a esperança de que Shawn havia se recordado de que eu ainda existia me preencheu. Corri em direção àquele celular e me entristeci ao ver que era Finn, o melhor amigo que havia feito na clínica.
Atendi o celular e um sorriso tomou meu rosto ao escutar a voz de Finn, eu o amo e sei que ele pode me ajudar.
-Madu? Onde você tá? Já faz meses que eu tô te mandando mensagem e te ligando, seu irmão veio atrás de mim ele tá muito preocupado.... -Finn falava extremamente rápido e eu temi Matthew está ao seu lado naquele momento
-Finn, você tá com o Matthew aí?
-Não -Me aliviei ao escutar aquilo
-Finn eu estou em São Francisco, preciso que você venha pra cá, por favor, quando você chegar aqui a gente conversa, eu estou em um hotel, vou te mandar o endereço por mensagem, mas por favor não conta pro Matthew onde eu estou, só vem pra cá e não conta nada pra ninguém -Digo um pouco rápido e suspiro ao final torcendo para que Finn houvesse entendido tudo que eu havia dito
-Tá, acho que eu entendi, você tá em São Francisco, vai me mandar a localização por mensagem, quando chegar aí a gente conversa? -Ele pergunta um tanto que confuso e eu rio fraco me sentando na cama
-É
-Você tá bem, Madu?
-Quando você chegar aqui a gente conversa
-Vou pegar o primeiro avião até aí
-Até mais -Digo e desligo a ligação me deitando na cama, suspiro e deixo com que um sorriso tomasse conta de meus lábios, finalmente não vou estar mais sozinha
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Depois de poucas horas Finn já estava em meu quarto, eu havia o contado sobre a gravidez e agora ele caminhava de um lado para o outro com o teste em suas mãos repetindo milhares e milhares de vezes "Mini Madu".
-Finn, eu vou ter um bebê -Repito pela milésima vez e ele me encara sentando ao meu lado na cama, suas mãos vão até meu rosto e ele observa meus olhos freneticamente, sua expressão era seria e aquilo estava me assustando um pouco
-Madu você não vai abortar essa criança, espero que você nem tenha pensado nisso
-Na verdade.....
-Madu, é uma vida dentro de você, você não pode matar uma pessoa, esse bebê não tem culpa de nada meu amor, me promete que você vai ter essa criança?-Finn diz e eu sinto uma lágrima rolar pelo meu rosto, sei que não é certo matar um bebê, sei que eu tenho de ser responsável em relação a isso, aliás fui eu que deixei que Shawn não usasse camisinha, eu sou a responsável por isso e tinha de assumir essa criança mas eu simplesmente não posso
-Finn eu tenho 17 anos, eu ainda não terminei o ensino médio porque Matthew decidiu bancar o badboy "vou te roubei", essa criança vai nascer sem pai porque Shawn decidiu me deixar, e eu não tenho psicológico nenhum pra isso, eu tenho só você Finn, não que você não seja um nada, mas eu não tenho uma mãe ou pai pra me apoiar nisso porque nem eu e nem você sabemos como cuidar de uma criança
-A gente tenta Madu, tem aqueles cursos de maternidade, a gente pode fazer, ou a gente pode mandar pra adoção mas por favor não aborta esse bebê -As mãos de Finn agarram as minhas e acariciam as mesmas me fazendo suspirar, é muita coisa pra processar, eu só tenho 17 anos , eu não tenho maturidade pra isso
-Posso pensar nisso?
-Tá, pensa até daqui umas 5 horas por que se você for ficar com essa criança a gente tem que marcar consulta com algum ginecologista
-Tá -Suspiro encarando os olhos de Finn, ele seria um ótimo pai, já eu, não sei se seria uma ótima mãe
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Depois de algumas horas conversando com Finn, eu finalmente me senti segura, Finn me passava essa segurança. Durante desses dois meses eu me senti a pessoa mais insegura e sozinha de todo o mundo, por estar em uma cidade nova, com a notícia de que meu irmão é um traficante e sem o menino que dizia que me amava.
-Finn eu vou ter esse bebê -murmurei abraçada a ele enquanto nós assistíamos a uma de nossas séries favoritas
-Que?
-Eu vou ter esse bebê
-Tem certeza? -Ele disse me encarando com um enorme sorriso em seu rosto
-Não, mas eu vou ter ele ou ela -Disse e ele me abraçou mais forte me fazendo suspirar ao me sentir amassada em seus braços
-Isso é ótimo
-Se você continuar me apertando assim não vai ter mais Madu e nem mais bebê- Digo e Finn solta uma leve risada, me desprendendo de seu abraço apertado
Suspirei e encarei a TV por um momento, acho que o certo é ter esse bebê e depois mandar para adoção, ao menos o nenê estará em um família estruturada, com um pai, uma mãe, avós e tudo mais, se ele viver comigo só terá a mim e a Finn, não queria que as coisas fossem assim mas assim terão de ser.
Eu não tenho a capacidade de criar alguém sozinha, eu tenho apenas 17 anos, não sei cuidar nem a mim própria direito imagina a um pequeno ser delicado, eu poderia o machucar fisicamente e emocionalmente. E quando a criança crescer e perguntar por um pai ou por um avó o que eu vou dizer? O que eu vou fazer? Pode até parecer covardia mas eu simplesmente não posso, eu não tenho a capacidade de criar um criança, assim como eu também não tenho de a matar, por isso eu vou procurar pais adotivos e vou encontrar a melhor família que possa existir. Esse bebê vai ter tudo que eu sempre quiz.
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Scars of love - Shawn Mendes [CONCLUÍDA]
Fiksi Penggemar"Achei que ele fosse voltar, meses, semanas e dias desperdiçados por um amor que nunca voltou para os meus braços" Continuação de Friendzone Plágio é crime!!