Capítulo 3 - "A ovelha desgarrada!"

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O sorriso que eu tinha nos lábios, morria aos poucos, à medida que me aproximava da mesa onde minha devida família, e meu indevido falling estavam. Eles abriram espaço, e permitiram que ele se sentasse a mesa conosco. Sorri um pouco mais, forçando.

Vai ficar tudo bem, vai ficar tudo bem demais...

Repetia mentalmente, como um mantra, que pudesse me salvar de toda aquela situação crítica em que me encontrava. Meu coração acelerava seus passos, que outrora eram calmos, neste momento parecia que um tornado passava por dentro de mim, deixando todos os pelos do meu corpo em profundo estado de alerta. Senti minha boca secar.

Tinha certeza que meu sorriso era fúnebre demasiadamente, mas não conseguia retirá-lo do rosto. Quando fiquei de frente para todos naquela mesa, memorizei o rosto de um a um, como uma ameaça estampada nos olhos.

Foi Thomas, o marido de Rose, que nos apresentou, mais uma vez, e dessa vez, minha família estava de parabéns, porque até um pretexto para amarrarem o garoto a mim, eles arrumaram.

— Ah Nossa! Violet queremos apresentar Sebastian Valmont Wilson... – o corajoso Thomas, agiu como se fosse tudo por acaso, — Ele será um gênio promissor na área de Engenharia Industrial... – ele continuava a falar sobre o rapaz, como se eu fosse uma idiota, e estivéssemos numa entrevista matrimonial.

Só faltou ele dizer no final "ele já está até embalado, e etiquetado para o casamento, e pronto para dizer sim!".

Sorri mais uma vez, por cortesia, e não o encarei. Não tinha coragem. Ele estendeu a mão, velho costume inglês de apertar de mãos.

Senti a bile subir, e o coração pular para os lábios. É claro que eu consigo. Apertei-a em dois segundos, mal encostei meus dedos nos dele. Mas foi o suficiente para o formigamento ser doloroso.

— É um grande prazer, senhor Wilson novamente. – tentei falar o mais normal possível. — Tenho certeza que nos conhecemos há dois dias.

Ele mostrou um sorriso amarelo, bem envergonhado.

— Você tem razão... Senhorita Ducker... Mas tenho a sensação de que a conheço há anos... – ele deixou escapar. Pegando-me de surpresa.

— Porque você não se senta Violet... Tenho certeza que você irá adorar ouvir as coisas que Sr. Wilson tem para contar... – falou Rose, me deixando verde abacate com toda essa situação forçada.

— Tenho certeza que ele deve ter mesmo... – respondi acida. Sentei-me o mais longe que pude. E evitei a todo custo não encará-lo. Minha vida dependia disso.

A atendente da lanchonete se aproximou a nossa mesa, com sua saia curta, fedendo a gordura. Seu sorriso era bem promiscuo, com os lábios pintados de vermelho, senti inveja dela, queria eu passar meu batom hoje.

Mas fui proibida pela Rose, segundo ela, isso era uma falta de respeito aos costumes da família. Sendo eu o membro mais velho da família, não vi tal. Mas como ela disse, eu passaria a idéia de ser ovelha desgarrada da família, se eu me vestisse, segundo ela, como uma "adolescente birrenta". Eu a considerei, afinal, sou uma garota que sempre prezou pelo meu sobrenome. Mas isso não significava que eu aceitaria aquela burca horrorosa preta que ela havia dado para irmos ao velório.

Por isso, sei bem como a atendente se sentia ao olhar para todos nós daquela mesa. Éramos a cara da morte.

— WOW! – ela deixou escapar, assim que subiu seus olhos retocados de rímel barato, — Vocês parecem seguranças, todos de preto... – ela brincou, — Parece até que vieram de um enterro. – a idiota deixou escapar.

Violet - único amor da minha vidaOnde histórias criam vida. Descubra agora