Ouvi dizer certa vez que a vida é uma passagem sem volta para um destino sem destino. Fez sentido pra você?
Talvez nem tanto quanto eu gostaria, afinal. Depois de tantas coisas que vi, seria inédito se eu discordasse desta afirmação. Por isso, neste exato momento, estou com a boca no canudinho, tomando meu milkshake a qual pedi já faz mais de duas horas. Chris continua mordiscando as batatinhas olhando do meu rosto pálido para o rapaz de dezessete anos a minha frente.
Ele soltava uma risadinha de vez em quando, não Chris, mas sim o tal rapaz de cara pálida. Não espere, sou eu que tenho a cara pálida. Oh Deus, já deu pra perceber que o nervosismo não me permite uma narrativa eloquente do que está acontecendo nestas últimas duas horas. Claro que eu poderia começar do início, se eu ainda entendesse onde foi o início. AFINAL, A CULPA ERA DE QUEM?
Era de Rosie por ter colocado minha casa à venda.
Era parcialmente de Chris por ser tão fofo, e ser impossível de realizar todos os seus pedidos.
Era claramente culpa de Sebastian continuava mordendo o lábio inferior, numa mania terrivelmente sexy de me corroer por dentro.
Okay, Violet voltemos aos fatos! Por favor.
Ele parecia estar aproveitando toda esta minha confusão mental, porque o sorrisinho cínico não sumiu dos lábios. Pigarreie nervosa, precisava fugir de toda aquela situação inusitada, por mais que meus pés quisessem ficar cravados por toda vida no chão, não era isso que minha mente gritava enlouquecida. Ele levantou seus olhos do celular.
— Você quer outro milkshake? - ele sorriu para mim, me desmontei por inteira. Forcei um sorriso, e balancei a cabeça em desespero negando.
— E você Chris quer outra batata frita? - perguntou, bagunçando com os cabelos de Chris, enquanto bagunçava com meu coração também.
— Eu adoraria Seb! Mas minha mãe não vai gostar de saber que comi três batatas fritas. Mas acho que ela não ligaria se eu comesse outro hambúrguer... - falou o espertinho, mordiscando ainda as fritas.
— Já volto então! - ele se levantou rindo, caminhou em direção ao balcão da lanchonete.
Virei-me para Chris com a maior cara de séria que conseguiria naquela situação.
— Rapazinho precisamos unir nossas forças. - apontei meu dedo a ele, e ele deu de ombros sem entender, piscando aquele par de olhos inocentes — Quando ele voltar, quero que você dê uma mordida no hambúrguer, e logo em seguida finja que está com dor de estomago. Com muita dor! Precisamos ir urgentemente para casa, o quanto antes.
— Mas Tia... - ele tentou questionar-me — Por favor, só mais um pouco, minha mãe quer que eu comece minhas aulas de peano hoje.
— Peano? - repeti sem entender.
— Aquele troço estranho cheia de peças de dominó, que quando começar a ser apertado, ele canta. - ele me explicou com toda convicção de que sabia do que estava falando. Eu ri muito achando graça.
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Violet - único amor da minha vida
Novela JuvenilViolet Marian Ducker, prestes a completar seus maravilhosos setecentos anos com grande glamour e muita porpurina, a garota que teve sua vida mudada da noite para o dia. Tendo para sempre a sua adorável imortalidade como sua companhia. No mundo, qu...