Violet - único amor da minha vida

Capítulo 4 - Minha casa à venda!

Quebec amanheceu mais uma vez ensolarada, o dia durava mais do que as noites. Era maravilhoso estar ali. Os raios calorosos faziam do verão a melhor estação do ano. 

O ar de verão era um dos cartões postais da melhor cidade do mundo.

Deitei-me mais uma vez na colina da família. Encarei as nuvens tomarem formas desconexas, ri baixo, porque um momento tive a  certeza de ver o rosto esculpido de Dom sorrindo. Isso me fez sentir aliviada. Fechei meus olhos, e adormeci.

O mundo dos sonhos era o meu universo preferido, nele eu beijava Zack Efrom, me casava com Elvis, e tinha um filho com John Lennon.

Tinha melhor lugar no mundo? Claramente que não.

Mas claro que nem sempre eu controlava meus sonhos. Acho que era esta a parte boa, eu envelhecia, tinha filhos, via meus netos crescer, e com muita sorte até meus bisnetos como Dom, e um dia a morte chegava, e eu deixava ela me abraçar. Prazerosamente eu aceitava que meu momento na terra havia chegado ao fim. 

No meu sonho, Caim estava lá com seu sorriso despretensioso. Ele fazia piada de minhas baboseiras. Meu ventre inteiro se dobrava de tamanha felicidade. Quase poderia morrer. Quase. Se fosse possível.

ㅡ Não acredito que my lady roubou novamente! – ele ria, apontava o dedo para mim, brincalhão.

ㅡ Milorde acha mesmo que eu teria coragem de enganar-te? – ri, bem cínica. Ele sorriu não acreditando na minha cara deslavada.

ㅡ Com quem aprendestes estas coisas? – ele riu. ㅡ Não eras assim, Marian! - o homem da minha vida, me chamava pelo meu nome de batismo, meu coração acelerava, sem escrúpulos. 

ㅡ A sociedade de hoje em dia me transformou no monstro que sou. – dramatizei, rindo.

Por mais que fosse uma dura ilusão. Era uma ilusão que eu amava viver. Mesmo que fosse uma mentira dolorosa.

ㅡ Sentistes muito a minha falta, não é? – ele foi certeiro em meu coração iludido. 

Ele era fruto da minha imaginação, às vezes eu me surpreendia com a capacidade que minha imaginação tinha.

ㅡ Não fazes ideia. – sussurrei.

Foi quando minha imaginação foi além do que eu pudesse achar que fosse possível. Ele afagou meu rosto, delicadamente. Um suspiro saiu de meus lábios. 

ㅡ Sabes que aquele moçoilo és a minha reencarnação... Por que não tentas,  milady?

ㅡ Não acho que tenho coração suficiente para aguentar mais uma quebra. – estava prestes a chorar em meu lindo sonho.

ㅡ Consegues sim. Me dês a mão, e sejas feliz comigo desta vez, Marian. – o Caim de meus sonhos, era tão real. Que chegava a ser sufocante respirar.  

Acordei do sonho, com o rosto inchado de tanto chorar. 

ㅡ Merda! – afaguei o rosto, tentando de alguma forma me distrair.

Andei o caminho inteiro até em casa, perdida em pensamentos no que eu deveria fazer. Meus ombros pesavam, minha cabeça latejava de dor, sabia que meu aspecto não deveria ser um dos melhores neste momento, mas nada estava mais me importando. Eu estava cansada. Exaurida na verdade, de tentar, tentar, fracassar, e tentar novamente.