As Férias da Minha Vida ✅

Capítulo 4 - Manuela: a menina com poderes

-Bom...Preciso saber o teu nome.
-Flávio, e o seu?
-Manuela.
-Belo nome hein?
-Não está tentando dar encima de mim né?
-Não...É que me mãe diz que sou intelectual e que preciso de amigos. Aquela típica conversa de mães.
-Não é tão típica.
-Bah! Não importa, estou aqui pra ouvir sua história.

Manuela então se pôs a contar sua história:
-Bom. Eu sou portuguesa, se não percebes. Ou melhor, filha do presidente de Portugal. Sou Marcela Rebelo.
-Uau! Temos uma doida interessante aqui! Mas...como você veio parar aqui no Brasil?
-Bom...Talvez eu tenha causado certos problemas ao governo português, que fizeram meu pai me mandar pra um internato aqui.
-Que coisa errada. Conte-me mais.
-Bom...Eu fui parar no internato e eu precisava fazer algo que animasse aquele lugar. Então decidi fazer experimentos no laboratório e depois, mostrar todos os resultados aos canalhas e às raparigas.
-Olha...Eu sei que essas são palavras usadas em Portugal. Mas por favor, não use-as na minha frente.
-Não me importo contigo. Mandão.
-Educadinha.
-Bem...Eu estava a fazer o experimento. Eu acabei mexendo com ingredientes químicos completamente perigosos e tudo isto causou um grande efeito em meu corpo. E agora...
-Agora o quê?
-Eu... Tenho poderes sobrenaturais.

Flávio ficou calado e tentando entender o que Manuela tinha dito.Quando voltou a si, disse:
-Me prove.
-Eu não acho que devia. Não confio totalmente em ti.
-Se não confia em mim, então me mata.
-O que você está a dizer?
-Me mata ué. De que adianta ficar com alguém em que não se pode confiar?

Manuela olhou fixamente aos olhos de Flávio e disse a ele:
-Eu...talvez deva confiar em você.- E ficou invisível em sua frente.
-NOSSA!!! VOCÊ É MESMO PODEROSA!!!!!! AI MEU DEUS, COMO CONSEGUE FAZER ISSO?!
-Bom, mágica?- Os dois começaram a dar risada.

-Mas por que está fugindo do seu pai?
-É porque ele quer destruir meus poderes. E eles são a única coisa que me tornam interessante.
-Eu não acho, Manuela.

Manuela ficou completamente vermelha, envergonhada.
-Não fala mais isso.
-Perdão.
-Bem...Ele mandou os guardas dele virem atrás de mim. E estou me escondendo. Mas olha...Eu preciso de companhia. Não posso ir atrás do que quero sozinha.
-O que você quer?- perguntou Flávio
-Quero liberdade. Apenas isso. Você...quer me acompanhar?
-Me desculpe Manuela, mas não posso. Minha família vai se preocupar comigo. E eu não quero isso.
-Pode dizer que não gosta de mim.
-O que?
-Diga. Ninguém gosta de mim mesmo!Mas quer saber? Eu também não preciso de ninguém. Nem de você. Eu vou embora amanhã. Ninguém vai mais precisar se preocupar comigo. Olha, eu vou te soltar e você pode ir. Pode contar de mim se quiser. Não vai me achar nunca mais mesmo.

Então Manuela soltou Flávio, expulsou ele da cabana e bateu a porta em sua cara.
-Nossa. Que garota incompreensível.- disse Flávio.

Flávio se deitou na areia da praia. Olhou para o céu estrelado. E ficou imaginando: “Essa é a minha chance de mostrar que não sou tão acanhado assim. Mostrar que posso ser aventureiro. E pela primeira vez, ter uma garota bem perto de mim. Não posso deixar essa oportunidade passar".

Amanheceu em Willwood. Flávio acordou cedo. Manuela já estava se preparando para ir. Até que ouviu batidas na porta da cabana. Pôs a mochila nas costas e foi atender. Ao abrir, veio a surpresa
-E aí? Vamo nessa Manu?- disse Flávio com um sorriso no rosto ao ver Manuela.
A garota não fez nada. Só deu um abraço nele, o puxou pelo braço e saíram correndo. O que vem por aí, só eles vão saber...