Capítulo 4 - Chuva Torrencial

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Dirigindo a um pouco de mais de 80 Km/h o dono dos olhos esmeraldinos sustenta uma expressão séria no rosto me fazendo arquear a sobrancelha pensando no porquê dele estar assim, então me viro na sua direção tirando o cinto cruzando os braços o encarando esperando alguma reação da parte do mesmo, já que sua carranca estava tomando conta do carro.

_ Coloca o cinto. - diz com aquela voz rouca que me atinge mesmo eu não querendo.

_ Não vou enquanto ficar com essa cara de quem está sendo forçado a isso. - digo revirando os olhos. E ele para o carro no acostamento.

_ Mas estou sendo forçado a isso caralho! - diz irritado me surpreendendo. - E não saio daqui sem que coloque a porra do cinto.

Faço birra e me recuso a obedecer ficando de braços cruzados como uma criança ao ser posta de castigo sem ceder assim como ele e ficamos desse jeito mesmo por horas naquele silêncio insuportável até que a raiva começa a tomar conta de mim diminuindo a minha paciência e explodo de vez.

_ Não pedi para me buscar ok? - digo bufando e coloco uma mecha atrás da orelha. - Eu só queria um pouco de paz! Porra! Vocês aparecem do nada na minha casa enquanto estava dormindo e começam a dar opiniões de merda sobre a minha vida, então quando finalmente consegui algo para relaxar, vocês ficam enchendo o saco!

Berro as palavras extravasando minha raiva lembrando de coisas que preferia nunca relembrar na vida, abro a porta e saio do carro segurando as lágrimas enquanto bato com força indo para a frente do veículo me encostando no capô. Ouço barulho de porta e passos, logo ele está ao meu lado suspirando se preparando para falar algo, mas o deixo sozinho andando sem rumo pela estrada querendo me afastar dele.

_ Aonde pensa que vai? - pergunta puxando meu braço me forçando a parar encarando sua expressão de raiva, então começa a chover.

_ Vou para qualquer lugar que seja longe de você! - digo alto e em bom som enquanto a chuva nos encharcava como se correspondesse a minha alma destruída.

De repente ele me puxa com mais força me arrastando de volta para o carro ao mesmo tempo que luto em vão para me soltar sentindo meu pés molhados devido as pantufas. Consigo soltar minha mão e tento escapar outra vez, mas sou pega novamente e posta em cima do capô do veículo com o individuo entre minhas pernas me encarando sem emoção como se tudo a nossa volta não existisse mais.

Seus olhos se destacam em meio ao cabelo molhado mal distribuído por seu rosto... A boca meio rosada e carnuda... Sua expressão denunciava todo o pensamento que passava por sua mente naquele momento. Atração... Desejo... Vontade... Então seus lábios tomam os meus num beijo necessitado e intenso, como se fosse morrer se não cometesse tal ato. E eu retribuí.

Segurei em suas mechas castanhas puxando com um pouco de força ao mesmo que seu corpo colava junto ao meu passando uma enorme eletricidade por cada membro meu, então quando me dou conta do que estava fazendo para imediatamente colocando a mão em seu peitoral empurrando de leve. A chuva já havia molhado até minhas roupas intimas deixando um certo desconforto e medo de ficar resfriada me fazendo virar o rosto para o lado tentando evitar pensar no gosto de seu beijo.

_ Isso é errado. - digo baixo e sua mão segura meu rosto me forçando a olhá-lo nos olhos. - Você é um babaca.

_ O babaca que acabou de beijar... - diz esfregando na minha cara aproximando mais seu rosto do meu. - E gostou.

Sensações - Livro 1 - Duologia Seu Toque // H.S.Onde histórias criam vida. Descubra agora