Capítulo 7

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Kurt pdv:

Após pular a janela do quarto de Blaine, voltei para minha casa. Cheguei e vi o meu pai sentado no sofá e Finn comendo um sanduíche. Eu queria contar-lhes a verdade, mas não iria ser fácil, afinal Finn disse umas coisas horríveis sobre quem é gay há pouco tempo...

- Pai... Finn... preciso contar-vos uma coisa muito importante. - disse ainda na frente da porta esperando uma resposta.

O meu pai continuou sentado, sem tirar os olhos da televisão a comer alguma espécie de pão. Finn por outro lado levantou-se e ainda de boca cheia abraça-me, apanhando-me desprevenido. Porquê ele me abraçaria? Engolindo os restos que tinha na boca e descolando-se de mim, mas ainda com as mãos nos meus ombros, ele diz:

- Eu sinto muito pela Mercedes Kurt. Eu soube...

- Obrigada.... Mas não era sobre isso que queria falar. - respondo.

Finn larga-me e espera eu contar. Respirei fundo, e tudo veio à tona. E se Blaine quisesse manter segredo? Isso não importava, confio na minha família e preciso contar-lhes.

- Então... - começo deixando Finn mais ansioso. Mas não era nada de bom para ele... Encarei Finn desta vez com um pouco de medo e hesitação. Não tinha muito para dizer, era só soltar. - Eu... sou bissexual... - contei.

O meu pai permaneceu calado como se eu não tivesse dito nada e continuou a mastigar. Porém, Finn me olhou triste e emotivo, ele estava desapontado por ter falado mal de mim, indiretamente. Olhei para ele. Esperava uma chapada, um soco ou um grito, castigo, qualquer coisa. Finn aproxima-se de mim um passo e com medo do que ia fazer, abaixei a cabeça e fechei os olhos. Contudo, recebi o que não esperava, um abraço.

- Eu sinto muito Kurt. Por ter dito aquelas coisas, não era a minha intenção.

- Terminaste com a Mercedes, já estás com alguém? - pergunta o meu pai, olhando para mim curioso e deixou-me confortável. Ele coloca outro pedaço de pão na boca e mastigou.

Finn voltou para a cozinha, mas ainda aguardava a minha resposta. Senti um tremor novamente, teria de contar-lhes mais uma coisa séria!

- Eu estou... com Blaine.

- E tu gostas dele? - o meu pai acrescenta.

- Sim! - respondo.

- Ele é bom contigo? - Finn continua o interrogatório.

- Sim!

- Era Blaine o tal amigo em que você passou esta noite na sua casa?

-Sim...

- Tu mal o conheces! Pelo que sei, só o viste 4 ou 5 vezes desde que foste a sua loja! - Finn exclama.

- E é por isso que estou o conhecendo agora... - retorqui e não houveram mais perguntas. Sentei-me ao lado do meu pai para assistir o futebol, enquanto Finn subia as escadas até seu quarto.

Estava muito contente que aceitaram sem aborrecimentos, tiveram a mesma reação de quando falei que estava namorando a Mercedes... mas acho que estavam mais relaxados, acredito que porque com Blaine não posso engravidar acidentalmente...

Algumas horas depois...

Eu verificava o telefone a cada 10 minutos para ver se Blaine mandava uma mensagem... porém não mandou.

Finn desce as escadas e veste o casaco pendurado perto da porta.

- Onde vais? - pergunta o meu pai acordando do seu sono.

O Rapaz e o PássaroOnde histórias criam vida. Descubra agora