Capítulo 5

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Kurt pdv:

Após Blaine mandar uma mensagem indicando onde mora, peguei nas minhas coisas e apanhei o primeiro ónibus que apareceu. Na viagem, logo informei Finn que provavelmente chegaria tarde.

Quando cheguei na sua casa, espreitei pela janela só para ter a certeza e vi Blaine sentado no sofá, fazendo nada, apenas olhando o relógio de 5 em 5 segundos. Aproximei-me da porta e encarei-a parado. Levantei a mão fechada e hesitei antes de bater, estava muito nervoso, mas porquê?

Blaine pdv:

Eram 18:25, não conseguia parar de pensar no Kurt, ele não saía da minha mente. Olho o relógio a cada 5 segundos para saber o exato momento que ele chega. É quando ouço alguém bater à porta. Levanto-me, esfrego as mãos e abro a porta. Ai, aqueles olhos azuis!

- Vem por aqui. – saio da sua frente e indico-lhe o caminho até o sofá.

Kurt senta-se sem dizer uma palavra, então sabia que tinha de começar.

- Tens fome, queres comer alguma coisa? – pergunto-lhe.

- Não, obrigada. – ele responde.

Eu sabia que ele estava a mentir, dava para ver na sua cara. Fui até a cozinha, peguei em umas pipocas e sentei-me do lado dele, bem juntinho. Imediatamente ele começa a tirar pipocas e o filme ainda nem tinha começado. Ligo a TV e seleciono o filme, já tinha colocado o DVD, era só apertar play.

Kurt pdv:

Até uma metade do filme não falámos nada, nem trocamos olhares, pelo menos até onde sei. Anoiteceu e já não vinha luz da janela, estávamos às escuras pela exceção da TV. Coloco a mão dentro do pacote de pipocas e percebo que acabaram, nem acredito que comi todas tão depressa, ele vai ficar irritado!

Blaine pausa o filme do nada, não entendi porquê. Ele pega no pacote vazio e leva até a cozinha.

- Desculpa! Eu não devia ter comido tantas! – exclamo com medo que ele fique chateado ou triste.

- Está tudo bem, já sei que para a próxima tenho que fazer mais! – ele graceja.

Dou um sorriso simples, ele sabia como fazer-me rir em momentos assim. Blaine volta para o sofá e ao invés de colocar o filme para continuar, ele desliga a televisão e ficamos às escuras.

- O que estás a fazer? – pergunto.

- Desculpa, botão errado. – ele diz e liga a televisão, mas ela fica numa tela azul de erro.

É então que percebo que eu não estava com medo, Blaine estava. Eu tinha de fazer alguma coisa.

Blaine destrói o comando tentando fazer a televisão funcionar, é então que eu coloco a minha mão no seu braço e tiro o comando de sua mão.

- O que foi? – ele pergunta.

Apenas com a luz azul da TV, viro todo o meu corpo para ele, coloco uma mão no pescoço e aproximo a minha cabeça um pouco. Sem eu forçar, Blaine também aproxima da minha de olhos fechados, conseguia perceber o medo na sua face, estava mais nervoso que eu. Coloco a outra mão no abdómen de Blaine e abaixo a outra para o ombro. Ele não mexe nenhum dos braços, mas dava para sentir os seus tremores. Começo a perceber no que estava a fazer, estava prestes a beijar um menino! Mesmo com todas aquelas coisas que o meu irmão disse, que as outras pessoas dizem, ou do que eu achasse certo, não parei, aproximei-me mais dele até nossos lábios finalmente se juntarem.

O Rapaz e o PássaroOnde histórias criam vida. Descubra agora