Capítulo 9

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Blaine:

               Não sabia o que se estava a passar. A última coisa que me lembrava era de uma luz branca e uma forte dor em todo o corpo, porém estava na minha cama, no meu quarto, ao lado do amor da minha vida, Kurt. O sol bate forte nos meus olhos, vinha da janela do meu quarto. O despertador marcava as 9:00 horas da manhã. Mas tinha algo diferente, mesmo parecendo tão verdadeiro, sentia que o sonho era mais real do que o que estava vivendo agora. Algumas coisas, longe de um campo de visão de 4 metros, estavam brancas e impossíveis de desvendar até as colocar dentro do campo de 4 metros... Kurt dormia do meu lado, sem roupa obviamente, eu também, levantei-me, fechei as cortinas e vesti meus calções. Típica cena, após-sexo. Estaria vivendo um déjà-vu? Porque tinha a certeza que já o tinha feito antes...

                Então saí do quarto, abri a porta e quando a fechei, um novo flash de luz branca cobriu os meus olhos por um segundo e apareci em outro lugar, estava na loja do meu pai. Até olhei para baixo envergonhado, pois tinha saído de calções, mas estava com a minha roupa casual e a minha gravata-borboleta favorita. Na minha frente... estava eu. Dormindo em cima dos braços atrás do balcão, quando um rapaz, Kurt, entra na loja. Já tinha vivido aquilo tudo, comecei a desconfiar estar em coma... Em um piscar de olhos o cenário mudou vagarosamente, lá estava eu... em cima de Kurt, prestes a beijá-lo constrangido. E também estava Pavarotti... senti a dor das saudades no meu coração... ou talvez não fosse a dor das saudades, a dor só aumentou e coloquei a mão no peito. Desta vez, um flash preto engoliu-me.

Kurt:

Através da janela observava os outros prédios... sentia o vento na minha cara, porém não sentia mais nada... nem alegria, nem tristeza, nem raiva... nada!

- Kurt. – chamou o meu pai atrás de mim, mas fingi não ouvir. – Melhore vires... - ele acrescentou e foi embora. 

Blaine:

Tudo estava preto, tudo, tudo, menos eu. Comecei a girar, vozes todas amontoadas ecoavam nos meus ouvidos e algumas imagens apareciam no fundo preto, imagens como o meu primeiro beijo com Kurt, o primeiro jogo de futebol a que assisti para vê-lo, a nossa épica noite, o nosso abraço após ele ser humilhado por Karofsky e vários outros momentos que passei com ele. Apagou-se tudo e novas imagens voltaram a aparecer. Eram o meu irmão, a noite em que ele morreu e também a minha mãe indo embora, todo o horror pelo que meu pai passou naquele dia, naquela noite... As minhas lembranças... memórias... voltavam para trás como se estivesse rebobinando o tempo... As vozes não paravam e cada vez ficam mais fortes, mais altas e mais aceleradas que os meus ouvidos começaram a sangrar. As imagens apagaram-se e não restou nada além de escuridão. Parei de ouvir, não conseguia falar, não conseguia mexer-me e então... parei de pensar.

Kurt:

Alguns minutos após meu pai chamar-me, andei, voltei para o corredor estreito e andei em passo lento, esperando nunca chegar a lado nenhum. A uns 6 metros da minha família e do Blaine... ouvi pela última vez:

- Hora da morte, 9:25 da manhã.

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Oii gente, me desculpem a demora e também deixar acabar assim :( Não era para acabar assim, mas não estava conseguindo dar continuidade a esta fic me desculpem! Mas já estou com ideia de outra, mas agora vem os exames, então enquanto a nova fic não vier, irei postar One-shots lindas para vocês :) Digam o que acharam dessa também! E me perdoem pelo final :s


O Rapaz e o PássaroOnde histórias criam vida. Descubra agora