Capítulo 16

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Depois do último tremor de prazer eles ficaram parados, olhando-se nos olhos. Finalmente o som distante de vozes na rua estancou o torpor de pra­zer. Sam a colocou de pé. Tremendo, ela ajeitou as roupas e ele vestiu a calça.

Ele olhou para ela ofegante enquanto observava sua desarrumação.

— Vamos para casa — ele murmurou e abriu a porta do carro para ela.

Ele se sentou ao lado dela e se inclinou para beijá-la na boca. Quando ele se afastou, ela tocou-lhe o rosto. Sentia-se envolvida num casulo em sintonia com ele.

— Não é o lugar que eu teria escolhido — ele sussurrou com voz grave, colocando a mão na coxa dela possessivamente. — Será melhor da próxima vez. Onde mora?

— Hornsby.

— Hornsby! Meu Deus — ele gemeu, depois li­gou o motor. Quando chegaram à rua, ele a olhou intensamente. — Alguém já falou que você é uma mulher linda, excitante e sensual?

— Você. Na noite do baile de máscaras. — Ela riu. Sentindo-se segura pela admiração evidente dele, ela continuou envolta no clima de mágica até Hornsby.

Não era tão longe àquela hora da noite. Depois de um tempo ela se acalmou e ficou em silêncio, que pulsava pela expectativa da paixão que viria.

Sam olhava para ela de vez em quando a fim de falar algo, mas ela mal percebia. Estava pensando no que aconteceria depois. Sobre fazer amor de novo com ele. Na cama dela.

Samos Stilakos. Em seu quarto.

Ela percorreu com a memória o ambiente do quarto, tentando visualizá-lo nele. Esperava ter ar­rumado a cama. Era difícil imaginá-lo no aparta­mento dela. Tinha a certeza desagradável de que o local evidenciaria melhor do que palavras as dife­renças entre o chefe e a secretária.

E se uma amiga dela passasse por lá e visse o Porsche? O que acharia? A nuvem romântica na qual ela flutuava cedeu um pouco. Uma voz desa­gradável vinda de seu lado pé-no-chão se manifestou. Ele disse que teve algum significado? Ela se deixou levar?

— É melhor indicar o caminho.

Ela levou um susto ao perceber o quanto esta­vam próximos, e, com a pulsação disparada, deu algumas instruções que os levaram para a rua onde morava.

— Por aqui, à esquerda. — Ela quase desejou po­der dizer para ele dar a volta e ir na direção oposta.

Ela engoliu em seco.

— É este. O duplex.

O coração dela parou com um pensamento hor­rível.

Teria deixado o material sobre o processo de in­seminação artificial sobre a mesa da cozinha?

Ela ficou pálida ao imaginá-lo tomando conhe­cimento de tudo isso. O quanto revelaria sobre ela? Sua incompetência em achar um parceiro a tempo. O desespero...? Um homem com a inteligência dele faria uma rápida equação e entenderia tudo.

Não podia convidá-lo para entrar.

Enfiou as unhas nas palmas das mãos. Seria de­mais esperar que ele estivesse satisfeito. Mesmo se não quisesse fazer amor de novo, ele esperaria que ela gentilmente o convidasse ao menos para um café.

O coração dela bateu mais forte em um ritmo ins­tável O que fizera? Entrara nisso, e agora não tinha como sair facilmente.

Ele parou sob a luz do poste e desligou o motor. O silêncio tornava o clima carregado. Ela estava pa­ralisada no banco, com toda a tensão presa na garganta, Ele virou a cabeça para observá-la. Ela sabia o que ele esperava.

Sonhos de Uma NoiteOnde histórias criam vida. Descubra agora