Capítulo 2

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A brisa aumentou, balançando os cabelos dela. Ela tremeu um pouco, e a imaginação dele o trans­portou para um universo paralelo, no qual poderia levá-la até a praia, deitar ao seu lado na areia macia e...

Mas ela estava sentindo frio.

— Tome. — Ele tirou o paletó e se aproximou o bastante para acomodá-lo sobre os ombros dela.

— Oh! — Ela movimentou a cabeça com sur­presa, e um doce aroma de framboesa o atingiu. — Obrigada — disse ela com uma voz suave e se­dutora que o penetrou na corrente sangüínea como um afrodisíaco. — Você é muito gentil.

Para sua frustração, ela juntou as lapelas sobre os seios. O paletó sobrava ao redor das formas femini­nas, e ele ficou perturbado com a visão.

Precisava salvá-la da situação, pensou com ur­gência. Tinha que levá-la a um lugar seguro. E pri­vado.

— Não pode ficar aqui fora a noite toda. Posso levá-la para casa?

Ellie percebeu o calor na voz grave e sua sensi­bilidade sexual foi despertada como se atingida por uma descarga elétrica. Aquele demônio charmoso, com sua segurança sorridente e desejo nos olhos escuros, tinha algo mais em mente do que apenas ajudá-la. Como se ela fosse permitir que ele a sedu­zisse! No entanto, ele era simplesmente lindo. E se demonstrava civilizado, sofisticado...

Quando fora a última vez que um homem como ele cruzara seu caminho? Ele era muito diferente do professor de geografia fanático por alpinismo.

Ela não via aliança no dedo dele, mas isso não sig­nificava nada. O mundo estava repleto de homens atraentes sem intenção de casar e formar família. Por que outro motivo as mulheres ficavam sozinhas? Mas... havia gentileza em seu comportamento.

O olhar sensual dele a atraiu e ela sentiu uma onda de calor. Mas foi incapaz de disfarçar a tensão da voz enquanto ponderava os prós e os contras.

— Scarlett voltará logo.

— Há quanto tempo está esperando?

— Uma hora. Talvez duas. — Ela sorriu e deu de ombros. — Essa não é minha noite.

— Ainda não acabou.-— Os olhos dele se acen­deram e as entranhas dela deram um nó. — Venha, garota da fantasia. Levarei você para casa.

Ela hesitou.

— Eu não deveria ir embora. Tinha que ficar aju­dando a organizar a festa. — E encontrar um tal de Samos, o grego que era a última chance do banco. — Você trabalha no banco?

— Não. — Ele a observou intensamente, e ela sentiu um arrepio com a brisa em seus cabelos. — Talvez consiga roupas aqui. Alguma amiga sua vai passar a noite no hotel?

— Não. Só os chefões fazem isso, para não terem que dirigir até suas casas depois.

Ele fez uma expressão de censura e ficou pensativo.

— É melhor eu lhe devolver isto. — Com relu­tância, ela começou a tirar o paletó, mas ele levan­tou a mão.

— Não, fique com ele. —A boca sensual se alar­gou num sorriso. — Tenho uma sugestão. Para que

não precise esperar por Scarlett, o que acha de pedir ao hotel algo para você vestir? Pode se trocar no meu quarto. O que acha?

Era o momento, ela pensou, com o coração dan­do saltos. Só porque desistira de se apaixonar não significava que deveria adotar a conduta de uma freira. Fazia muito tempo que não era abraçada por um homem. Passou os dedos pelo tecido do paletó e sentiu o cheiro de homem sofisticado.

Sonhos de Uma NoiteOnde histórias criam vida. Descubra agora