Eu finjo cantar
Para todos que não estão lá para ouvir.
Tudo acontece em um outro mundo,
Onde sou reconhecido e esperado
Como um artista sem ascensão,
Estagnado em uma fama limitada.
As músicas não me pertencem
E nem sempre as letras são análogas
Às minhas intenções, emoções e descontentamentos.
No trâmite a realidade,
As músicas não param de tocar.
Como as conversas ameaçadas pelo descontinuar
Quando nada mais parece tanto importar.
Enfim que uma nova música começa.
Ao tempo que uma nova mensagem está para chegar.
Descobre-se que a música é a mesma
Versões diferentes,
Vozes iguais,
Com uma sonoridade distorcida,
Sem um dos lados querer funcionar.
Não preciso de alguém novo,
Apenas preciso de outro fone para te ouvir.
Fingir ser outro desconhecido inesperado.
A te reconquistar dia após dia.
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Portas ao Vento
PoetrySucessão de pensamentos e poemas aleatórios sobre o vazio interior, decepção e fuga. Escritos por Neone Huurre, entre os anos de 2013 e 2014.