Taís Medeiros
A primeira coisa que senti foi o calor, a cama macia, lençóis protegendo meu corpo, era tão bom, que não queria abrir os olhos então decidi simplesmente não ver onde me encontrava. Pensei em como fui para ali, já que tinha passado por horrores, e não sido pega pela policia. A casa onde entrei (arrombei) estava vazia, e parecia não ter ninguém cuidando dela á tempo. Entrei pela janela do porão, subi as escadas, meus pés doendo de tanto ter andado, subi as escada e forcei a porta, depois de um tempo ela cedeu. Fiquei parada tentando ouvir alguma coisa, mas nada. Bem divagar andei pelos cômodos, não era uma casa grande, já tinha percebido por fora, Olhei a cozinha, um corredor, ao lado uma sala de estar e do outro lado era tipo escritório, com moveis cobertos. Então o dono não estava. Subi os degraus que ragia a cada passo meu. Tinha três portas, dois quartos e um banheiro. Voltei e fui ate a cozinha, tudo desligado e comprovei que a casa não tinha energia, meu estomago nem roncava mais, á dois dias eu comia sobra que encontra em um parque a quilômetros daquela casa. Quando reparei que ninguém entrava lá resolvi entra e verificar. Poderia ser meu esconderijo por um tempo ate pensar no que iria fazer, já que era imigrante em um pais desconhecido. Se a policia me pegasse eu estaria muito ferrada, não tinha mais porque voltar ao meu pais de origem, não tinha ninguém me esperando, não tinha mais casa, tive que me virar sozinha, aceitando todo tipo de trabalho pra guardar dinheiro e consegui passar pela fronteira com coiotes, Ate que meu grupo foi interceptado pela policia, eu nunca tinha corrido tanto, minha mochila com meus únicos pertences tinha ficado pra trás. Consegui pegar carona de um caminhoneiro, nem sabia que parte dos pais eu estava quando acordei sozinha dentro do caminhão, me mantive afastada da estrada, mas eu não perdia ela de vista. Ate que comecei a ver casas, comercio, parques e bosques. Ficava escondida de dia e a noite sai. Fui na parte de trás de um bar e revirei o lixo, fedia mas encontrei sacos com comida, alguma ainda davam pra comer, outras nem poderiam tocar. Senti meu estomago revirar quando lembrei desses dias. Mas eu estava desesperada e não sabia mais o que fazer, o que eu não podia e ficar voltar pra trás. Verifiquei os armários e não encontrei comida. Então encontrei uma porta e vi que era uma despensa, quase vazia. Numa prateleira de cima havia produtos de limpeza, já na outra comida que eu sabia que teria que ser cozidas. Latas que só consegui identificar o que era por emblema já que não consegui ler bem o que era. Peguei uma das latas e fui ate a cozinha, abri e vi que era feijão, nunca tinha experimentado feijão em lata ainda mais frio. Peguei uma colher sentei no balcão e comecei a comer. Quando terminei deixei na pia e fui procurar água. Voltei a despensa de novo e encontrei. Cheirei antes de beber, mas eu sabia que era água. Levei a garrafa junto comigo e fitei a janela, ninguém passava ali, quando percebi vi que já estava escurecendo. Fui ate um dos quartos, tirei o lençol da cama e sacudi, verifiquei um armário que tinha roupas, fui ate o banheiro tirei as minha roupas, uma água estranha saia da bica deixei um tempo aberto ate que começou a clarear, Abri o chuveiro e fiz a mesma coisa, me lavei e também as roupas deixando pendurada no banheiro. Voltei pro quarto e deitei na cama, me cobrindo com o lençol, fechei os olhos e fiquei ouvindo o barulho ao redor. Ate que cai no sono.
Ate chegar a esse momento eu tinha que levantar e verificar a casa. Abri os olhos e vi que já estava claro. Fui ate o banheiro, minhas roupas ainda um pouco úmidas, mas limpas. Vesti e desci as escadas. Tudo do mesmo jeito que vi ontem. Rodei pela casa, comi outra lata de feijão, e vigiei a entrada. O dia passou assim, inquieta, rodei pela casa e encontrei uma gaveta com documentos e carta de uma tal de Elizabeth Morgan. Não consegui ler o resto mais acho que a cidade onde eu estava era New México. Continuei a procurar e encontrei uma foto. Era um casal, uma mulher loira dos olhos claros, cabelos cacheados, sorriso bonito. Ela era linda. Ao lado um homem, branco de cabelos escuros, olhos claros também. Ele sorria de uma forma mais contida. Como se tivesse vergonha de sorrir, Pela foto, vi que era mais alto do que ela. Muito bonito também. virei a foto, nela estava escrito Beth & Noah, com algo parecido como data New México, June 27, 2011. Olhei a foto novamente e coloquei onde achei. Voltei para os livros nas prateleiras. tudo meio que empoeirado. Títulos em inglês e outro que eu não sabia a origem. Olhei outros armários, fui ate a sala e mexi em outras gavetas. Achei mais fotos, cadernos. Tudo era relacionado aqueles dois. Percebi que escurecia e fui pro quarto. Voltei ate a sala peguei um dos cadernos e escrevi.
(Casa de Elizabeth e Noah) dia 1. Já que eu não sabia que dia que era. fiquei de marcar pra não me perder no tempo. Deitei e tentei dormi. Mas meus pensamentos não me deixavam. Os dois apareciam em minha mente. Então comecei a pensar no tal do Noah. Seus olhos claros, meu sorriso, seus cabelos castanhos. e foi com esse pensamento que dormi.
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Através dos seus Olhos
RomanceTaís Medeiros abandonou seu país de origem, pra tentar uma nova vida nos Estados unidos. Apos se perder de seu grupo que tinha atravessado a fronteira, ela encontra uma casa abandonada e ali encontra um esconderijo para si. Ate saber o que fazer, ja...