Capitulo 11 "Taís"

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Eu não achei que seria fácil, mas também não tão complicado. Dois dias, correndo atrás de trabalhos, mas aqui era mais difícil do que imaginava. San Diego era grande, mais com pouco foco de turista. Lavínia avisou que seria difícil ate porque ninguém me conhecia.  Procurei em posto de gasolina á lojas de conveniência. Ninguém precisava pro momento. Já era final do terceiro dia ali, quando a dona do restaurante em que Lavínia trabalhava, me chamou pra conversar. Perguntou o que eu fazia, falei que fazia de tudo, de limpeza e arrumação, a preparar comida e cuidar de criança. Ela pediu pra eu ficar pra jantar ali no restaurante que talvez, teria alguma coisa pra mim. Sentei numa mesa do canto e passei boa parte da noite ali, ate ela a dona do restaurante se aproximar com um senhor. Aparentando 50 anos e magro e esguio, com roupas sociais e cabelo penteado pra trás. Ela nos apresentou e sentaram-se à mesa. Ele se apresentou como Philip Follmann, dono de uma pousada ao leste da cidade. Como eu falava inglês e entendia bem, graças ao incentivo do Noah, ele perguntou por varias coisas. Que ele estava precisando de uma faz tudo e ele pagaria, 5 dólares á hora. Perguntei quando poderia começar a trabalhar e ele logo sorriu em resposta. Combinamos de no dia seguinte eu fazer um teste. Ficaria por uma semana e se ele gostasse do serviço eu ficaria. Deixamos marcados e sai da mesa e fui ate a praça, já virou costume ir ate ali e ficar esperando Lavínia sair. As 11:40 ela deixou o trabalho e fomos pra casa. Deixei-a tomar banho primeiro, e peguei o postal ainda dentro da bolsa. Li “Cheguei em segurança, obrigada!”, peguei uma caneta e acrescentei “Já com um trabalho, espero que dê certo. Torça por mim! Beijos Taís” Guardei a caneta e fiquei olhando pro postal. Lavínia saiu do banheiro enrolada em uma toalha.

>> Esse postal, já deveria estar no correio. Mande logo.

>> Eu sei, so queria acrecentar mais alguma coisa, pra nõ parecer tão impessoal.

>> Pelo que você me contou esse Noah, deveria ser maravilhoso.

>> Ele é. – Guardei a mochila e fui pro banho. Lavei meu corpo, mas ele ansiava pelo toque do Noah, meus dedos não fazia jus ao toque dele. Toquei-me pensando nele, e logo cheguei ao clímax. Mas era tão vazio que a vontade de chorar foi grande. Tentaria achar um ponto de equilíbrio naquilo tudo. Toda vez que pensava nele, eu queria chorar. Mas tinha que ser forte, eu não pedi pra seguir meu caminho, então eu deveria fazer isso, sem ser a mártir da estória. Sai do banho e preparei a cama. Contei para a Lavínia do senhor Follmann e que tinha oferecido um emprego. Ela ouviu e ficou seria, perguntei o que foi e ela me disse que Raya já tinha trabalhado lá, e o velho tinha dado em cima dela. Ela na mesma hora pediu as contas  e foi embora. Lembrei de Raya, uma colombiana bonita, jovem e de cabelos claros, pelo sotaque percebi que era estrangeira, pois se não eu diria que era americana por aparência. Falei que ficaria tudo bem, pois deixaria claro que não intimidades pra qualquer um. Nisso ela riu e me contou que fora do restaurante ela e Bennett estavam se pegando, sorri, e pedi pra ela relatar tudo. Deixei ela me contar dele e tentei prestar atenção, mas já devaneava ate Noah. Ele sempre carinhoso, gentil e um pouco extrovertido. Comemos besteira e fomos deitar. Estava com pensamento longe e imaginei no que o Noah estaria fazendo. Fechei os olhos e dormi.

O telefone de Lavínia despertou as 6 da manha e logo levantei pra ir. O Senhor Follmann tinha deixado o endereço e perguntei a Lavínia como chegar lá. Ela foi comigo antes de ir á lavanderia, onde ficava pela manha. A caminha foi de meia hora ate a pousada. Na verdade era uma grande casa, com 10 quartos com banheiro. Em baixo uma ampla sala dividida em dois ambientes. Logo que cheguei tinha uma senhora na recepção e ela se apresentou como Myrtes. Chamou o Sr Follmann e ele desceu as escadas, e veio me cumprimentar. Ele apertou minha mão e logo eu a soltei e dei um passo para trás e quase não sorri. Ele me mostrou as dependências e o que eu deveria fazer que Myrtes me ajudasse no que eu precisasse. Ele me deixou com ela e saiu da sala. Myrtes me deu um uniforme e fomos pro alojamento dos empregados, me troquei correndo antes de voltar. Guardei minha mochila num compartimento á chave e ela me levou de volta á grande casa. Tinha três hospedes, um era regular, me falou como eu deveria arrumar as camas, o jeito que deixaria o banheiro limpo e os moveis polidos. Comecei as oito da manha e parei á uma da tarde pra almoçar. Meia hora depois, voltei e fiquei ate às cinco da tarde. Meu corpo dolorido pelo excesso de esforço, mas levei bem. Alem dos 7 quartos vagos que limpei, lavei os banheiros e espanei os moveis da sala. Myrtes me dispensou e fui ate o alojamento dos empregados. Troquei de roupa e levei o uniforme pra lavar. Voltei pro centro da cidade e comprei o um lanche e fui a lavanderia, enquanto comia e lia um livro a roupa lavou e secou. Sai de lá e voltei ao trabalho da Lavínia, ela me deu uma copia da chave e fui pra casa dela. Guardei as roupas lavadas numa sacola e arrumei a mochila pro dia seguinte. Era quase 10 horas, quando deitei na cama e apaguei.

 O telefone de Lavínia despertou no dia seguinte e eu logo levantei e fui mais cedo. Se no dia anterior trabalhei por 9 horas, queria fazer 10 horas hoje. Pedi á ela enviar meu postar, e fui andando ate á pousada. Entrei no alojamento e coloquei o uniforme, entrei pelos fundos e passei pela cozinha, tomei um café e já retornei as tarefas do dia. O dia passou igual ao anterior, limpando, lavando e polindo. As cinco da tarde me dou tchau a Myrtes e vou pra casa. Antes passou no restaurante e compro a janta. Em casa termino de jantar, tomo um banho e deito na cama e tento ler o livro, mas o sono me vence.

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