Capitulo 5 "Noah"

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Meu novo trabalho estava quase completo. Eu iria em breve publicar meu próprio livro. Meu editor bem que tentou me convencer de dar continuidade no trabalho que Beth tinha desenvolvido, mas eu queria deixar minha marca, e não viver na sombra do talento de outra pessoa. Durantes anos o que sempre moveu meu universo, foi o amor que sentia pela Beth. Queria que ela fosse lembrada por foi uma parte muito importante do meu passado. 

Fechei meus olhos e suspirei, ela era meu passado. Olhei pra garota ainda no sofá, muito concentrada no aula on line. Parecia estar se divertindo, olhei o relógio, e ja passava das 11:00 da manha. Levantei fui pra cozinha preparar o almoço.

Minha mente não parava de trabalhar, varias coisas ao mesmo tempo. De fora outros pensariam que eu estava louco, que ela era uma ameça, que poderia me prejudicar. 

Mas desde o primeiro momento que a vi, ela me deixou intrigado, desnorteado. Com certeza isso não acontecia com qualquer pessoa. Não era possível sentir atração descontrolada, a ponto de não pensar nas consequências. Pois ate agora , eu ainda não tinha pensado nisso. Já estava vivendo sozinho á tempos, mesmo quando morava com meus pais, eu dormia sozinho, nas viagem era quase sempre  só. Mas ela invadiu minha vida, me deixando meio perdido. Primeiro eu quis ajuda-la ela estava ferida, as pessoas tinham que ajudar as outras, não? Mas então eu comecei á deseja-la. Ja tinha simpatizado com ela antes de saber seu nome, ajudei, mas não sei aonde isso poderia ir. Era estranho quando olhei pra ela pela primeira vez. Respirei fundo, meus pensamentos loucos indo muito depressa. Eramos dois estranhos, que viviam debaixo do mesmo teto. Mesmo sendo contra lei, eu oferecia abrigo, não permiti que fugisse, nem chamei a policia. Se ela me prejudicasse eu só saberia com o tempo. Queria dar forças para ela, como disse, ela queria recomeçar. Para muitos essa opção era inviável, por varias questões. Resolvi deixa essa conversa mental pra outra hora, se não esse almoço não ficaria pronto. 

Quando estava terminando de escorrer a massa, ela se aproximou e ficou olhando. 

>> Posso ajuda?. - indagou numa voz baixa ja próxima da mesa.

>> Se quiser por á mesa, eu agradeço. 

>> Claro.

Indiquei onde ficava copos e pratos, guardanapos e talheres, então percebi que ela ja sabia onde tudo estava.

Ela preparou  á mesa e sentou e me observou terminar de aprontar o almoço.

Coloquei a massa numa travessa e coloquei o molho. Levei ate a mesa e peguei suco na geladeira, despejei nos dois copos e guardei antes de sentar. Eu me servi e depois ela fez o mesmo. Começamos a comer em silencio, indaguei como ia no curso, ela sorriu e falou que estava indo bem, terminamos o almoço e ela pediu pra tirar a mesa, eu fui ao banheiro escovei os dentes e voltei pro escritório, um tempo depois ela voltou e disse que iria subir pra descansar, eu disse que tudo bem. Voltei pro meu trabalho, mas não conseguia me concentrar muito, ela ainda não deixava meus pensamentos.  Eu tinha que dar um jeito naquela situação. Subi e fui ate o quarto que ela ocupava. Deitada na cama, estava dormindo. Suspirei era melhor assim, resolvi sair pra esparecer. 

Troquei de roupa e pequei uma jaqueta, tranquei a porta e fui pro carro. Liguei e fui descendo a rua onde morava, liguei o radio e uma musica começou a tocar. Eyes on fire (Blue Foundation), comecei a respirar mais fundo, tentando acalmar meus nervos, a tensão acumulada. Parei num sinal e esperei abrir quando meu amigo brasileiro Marcos Gomes,olha a vitrine da sua loja, ele tem uma livraria aqui na cidade. Astuto e autentico, um amigo entre poucos que cultivei durante esses últimos 5 anos, conheci ele logo apos a morte da Beth, me ajudou quando ninguém aguentava meu humor. Aquele sim era uma amigo de verdade. Encostei o carro do outro lado da rua, e sai. 

Através dos seus OlhosOnde histórias criam vida. Descubra agora