Entrada

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Entramos na casa. Tudo parecia ranger lá dentro. Eu pisava, rangia. Abria uma porta, rangia. Perguntei para minha tia se essa era mesmo a melhor coisa que a imobiliária poderia oferecer, afinal, eu estava presente quando a consultora falou que o imóvel era 'p-e-r-f-e-i-t-o'. Ela me mandou ficar quieta, o que era chato, quase nunca falo, quando falo, me mandam calar a boca! E, para meu desagrado, murmurei que deveríamos processar a agência por propaganda enganosa. Ah... Eu e minha língua solta! Fui colocada no cargo de exploradora de ambientes. Externos.

Aproveitei que já estava no meio do hall de entrada e fui procurar uma porta dos fundos, já preparando minha rota de fuga em emergências. E por acaso, minha mãe estava abrindo-a. Me adiantei, argumentando que eu iria explorar o quintal dos fundos. E é claro, que ela aceitou, afinal, já viu uma mãe enterrar sua linda bota na terra? Então, nem eu. Fui-me para minha missão, e quem diria a surpresa que tive! Sabe o que os Deuses me presentearam? Com uma floresta! Quanta perfeição. Seus pinheiros eram altos como sobrados, verdes como musgo e em sua sombra, uma familia poderia morar. Quantos mistérios ela guardaria? Minha intuição me dizia que eu passaria muito tempo naquele lugar. Mas, o estranho era que, na entrada da 'casa' (convenhamos, a situação daquele lugar estava mais para barracão) eu não reparei nisso, e pense bem, era impossível não ver aquela imensidão de floresta.

As crônicas de EvelynOnde histórias criam vida. Descubra agora