NOVE

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Logo cedo, na reunião da festa de fim de ano, encontro com Douglas. O abraço ao me aproximar e ele me dá um beijo rápido quando me afasto.

- Você vai fazer alguma coisa hoje à noite? - quero saber.

- Não. Hoje não. Quer sair à noite?

- Sair não, mas queria que você fosse jantar na minha casa.

- Jantar? Com a sua família? - ele coça a cabeça. Parece nervoso.

Mas não há motivos para nervosismo. Douglas conhece toda a minha família, e sua mãe até já esteve em algumas reuniões do clube do livro na minha casa. Por que ele parece preocupado em ir jantar com meus pais? Só quero oficializar nosso relacionamento e acho que um jantar seria uma boa maneira de fazer isso.

- Sim. - digo. - Você não quer ir? - pergunto receosa.

- Quero! Só... fiquei surpreso. Eu acho. - ri. - Jantar com os pais sempre me deixa nervoso.

- Já avisei que você provavelmente iria aparecer hoje. Não precisa se preocupar.

- Tudo bem, então. Que horas devo chegar?

- Às sete e meia, por aí.

Ele sorri mais uma vez e damos início a reunião. Enquanto Manuela e suas amigas cochicham e apontam para mim descaradamente todas as vezes em que Douglas passa o braço por meus ombros e mexe nas pontas do meu cabelo com o dedo, simplesmente desvio o olhar e me concentro no que Douglas está falando. É muito mais importante.

Mais tarde, exatamente às sete e trinta e três da noite, escuto batidas na porta. Levanto animada do sofá e solto um gemido de frustração quando a abro e vejo Will. 

- Feliz em me ver? - ele passa por mim e fecho a porta.

- Nem imagina o quanto.

Will olha para mim por um momento e sorri ao dizer:

- Está maquiada para o jantar?

- Douglas vem hoje à noite.

- Ah, ele não tinha nenhum trabalho voluntário? - pergunta irônico.

- Não. Hoje ele não está fazendo boas ações. - mostro a língua de um jeito infantil, o que lhe faz rir.

- É melhor manter sua língua longe de mim. Lembra do que aconteceu na festa da sua amiga? – Will solta uma risada. - Você enfiou a língua na minha boca.

- Não foi assim que aconteceu! A garrafa parou em você e fui obrigada a te beijar! E era o meu primeiro beijo, eu nem sabia o que estava fazendo!

Will desvia o olhar do meu e sua risada some.

- Não sabia que era o seu primeiro beijo. - diz ainda sem me olhar. - Se soubesse, não teria deixado acontecer.

- Você chegou. - Maby sai da cozinha e vai até ele. - Vamos. Mamãe já está pondo a mesa. - ela segura o namorado pela mão e os dois me deixam sozinha.

Mais batidas na porta. Dessa vez é Douglas. Ele está bem vestido,  perfumado e tem uma garrafa de vinho em uma mão e um buquê de rosas vermelhas na outra. Sorrio e ele retribui.

- Oi. - digo e lhe deixo entrar.

- Oi. Então, estou apresentável? - Douglas olha para si.

- Está perfeito.

Nesse momento, meu pai desse as escadas e fica entre nós na sala.

- Seu Dante, trouxe uma garrafa de vinho para o senhor. - Douglas se apressa em dizer e entrega a garrafa ao meu pai.

Opostamente AtraídosOnde histórias criam vida. Descubra agora