Perdi Para Sempre

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Levei Rafael para casa e aguardei o maior tempo que meu coração conseguiu suportar, antes de pegar a pequena chave que me presenteara e caminhar até a fazenda. Eu entrei em sua casa. Nossa futura casa! Estava tentando me convencer de que a angustia de Mike não fosse por causa de sua ex-namorada, de que ele não me dissera eu te amo porque eu não precisa ouvir para saber que era verdade. Estava a tentar ter autoconfiança, mas devia admitir que estava ficando difícil sem que ele confiasse em mim.

Talvez ele já estivesse em casa, então dei o melhor de mim quando girara a maçaneta. Meu sorriso morreu assim que pudera observa a moça de cabelos negros sentada sobre o sofá. Os olhos em verde oliva emanavam constrangimento.

–– Sophia? Aquela de certo fora uma manha difícil. Já era a terceira vez que virá por perto em menos de vinte quatro horas, parecera uma forma de o destino dizer o quanto odiava a mim.

Mike surgira com um copo d'água. Inspirou profundamente. Frustrado. Olhos mais negros que o normal como se uma neblina escura se apoderasse de seu olhar. Parecia tão assustado quanto a um menino que corre para o quarto da mãe depois de um pesadelo.

–– Precisamos conversar. Eu estremeci. Pelo arrepio que correu a espinha eu não ia gostar de ouvir o que ele tinha a dizer.

Eu não era capaz de me mover, apenas os fitava como se aguardasse a explosão de uma bomba em nosso meio. Meu estômago revirou. Parte de mim "A parte covarde de Anne Scott" queria sair correndo, no entanto uma parte maior me impedia de permitir Sophia e Mike sem minha presença.

–– Eu acho melhor deixá-los sozinhos. Nos encontramos depois Mike.

Se dependesse de mim, não! Eles não se encontrariam nunca mais. Mike a seguira até a porta. Eu estava zangada por mais que não me parecesse haver motivos para tal fúria. Ela o beijou no rosto antes de partir e tive de me conter para não lhe arrancar os cabelos. Eu estava a ser uma maldita ciumenta!

–– O que ela fazia aqui? Disparei. Ele analisou minha face desnorteado.

–– Não há uma maneira delicada de dizer –Suas mãos percorreram seu rosto de modo que parecera limpar um choro contido. Ele respirou fundo, fosse lá que tinha para me falar, era algo difícil– Sophia está grávida Anne.

A expressão "caiu como uma bomba" Se tornara real naquele instante. Ele se sentou sobre o sofá abatido. Demorei um segundo para compreender a gravidade do que estava a me contar. Uma descarga de adrenalina me percorrera. Tivera vontade de me ajoelhar e implorar para que aquilo não fosse real.

Eu mal podia respirar. Tapei a boca com a mão impedindo o soluço que tentava me escapar. As coisas estavam a ficar piores do que achava que podiam torna-se. Eu sabia qual era a pergunta seguinte a se fazer, mas não queria fazê-la.

–– Eu... Eu não me importo. Toquei seu ombro incitando-o a virar-se para mim. Ele não fez!

–– Sophia não podia estar grávida Anne. É diabética, seu nível glicêmico é alto e pode haver riscos. Ele estava a se sentir culpado. Seu maxilar estava tenso. Sentei-me sobre a mesinha de centro. Bem a sua frente. Suas mãos se encaixaram as minhas, ele tinha de saber que eu estava do seu lado.

–– Ela pensou na possibilidade de não ter este filho? Queria não ser eu a ter de lhe dizer aquilo.

–– Ela seria incapaz disto. Engoli algo imaginário que parecera rasgar minha garganta. Culpa talvez!

–– E o que pretende fazer? Eu estava a ser mais confiante do que normalmente seria. Tinha mais otimismo do que na verdade eu sabia que deveria ter.

Style- Amor á Meia-noiteOnde histórias criam vida. Descubra agora