Floresta Congelada

62 5 1
                                    

Nós aprendemos muito um com o outro, criamos nossas histórias, tivemos muitos bons momentos. No ano que conheci ele, foi um dos meus anos mais felizes, conheci uma garota também, o nome dela era Clara. Ela foi minha melhor amiga por um tempo,

fazíamos tudo juntas, eu estava tão feliz. Ariel se aproximou de mim, começamos a namorar e eu não podia reclamar da minha vida. Tinha amigos, um deles se chamava Lucas, mas chamavamos carinhosamente ele pela inicial do sobrenome, M. Ele era o mais velho, fazia várias piadas - a maioria sem graça, mas era engraçado ver ele tentando nos fazer sorrir. Tinha também o outro Lucas, e fazíamos o mesmo esquema do sobrenome, chamávamos ele de P. Ele era mais quieto, gostava de jogos e jogava todos que ganhava ou coisa assim, sempre jogava bem. Éramos nós quatro, o melhor quarteto. Tínhamos alguns amigos que não eram tão proximos, mais um Lucas, mas esse tinha um apelido curioso, Barata. O motivo era um apelido de infância, enfim, isso não é tão importante agora. Ele era um poeta incrível, extrovertido e sempre que era possível, tentava colocar sorrisos nos rostos de seus amigos.
Eu saia da aula e ia encontrar Ariel, e íamos andando pra casa, ele me levava na porta da minha e ia para a dele. Um dia ele viu as árvores que haviam atrás da minha casa.

- Que árvores bonitas, combinam com seus olhos, princesa.

Me deu um beijo e foi embora, ele gostou do meu lugar preferido, fiquei feliz com aquilo.
Costumávamos jogar juntos a tarde inteira, e fomos alimentando aquele sentimento que tínhamos. A cada dia que passava aprendíamos mais sobre as criaturas que éramos, e bem, não sei se era porque ele treinava mais que eu ou coisa assim, mas ele era mais forte que eu, mais poderoso. Por sinal, Apollo nunca mais apareceu, nem sequer ouvi seu latido. Eu fui para o lugar das árvores mais uma vez, ver se encontrava Apollo mais uma vez, caminhei floresta a dentro, as flores que eram azuis estavam fechadas, não encontrava a árvore com a marca, e quando me dei conta, o caminho estava congelado, a grama que deveria estar com gotas de sereno, estava coberta por uma neve fina, mas... Não costumava nevar perto de casa, muito menos era inverno.
Encontrei a árvore, coberta de gelo, fiquei assustada, era como se tivesse nevado apenas no caminho da minha casa até a árvore, não tinha gelo fora desse caminho. Eu fiquei com raiva de quem havia feito aquilo, minhas asas apareceram e meus olhos mudaram, mas as asas vieram com um fogo intenso, bem maior do que havia visto antes, que começou a derreter o gelo. Consegui produzir fogo nas minhas mãos, e fui derretendo aquele gelo, e quando cheguei na parte marcada da árvore, lembrei da minha estrela. Peguei meu colar, ele estava escurecendo cada vez mais, ficando vermelho sangue. Parecendo a cor das minhas asas.
Eu coloquei o colar alinhado nas linhas marcadas na árvore, fechei os olhos, e disse:

- Eu vou destruir quem fez isso, quem tentou destruir esse lugar.

Com os olhos fechados pude perceber um brilho, e uma leve brisa nos meus cabelos. Abri os olhos e vi as flores azuis se abrirem atrás de mim, e ouvi o latido de Apollo, que pulou em cima de mim, me derrubou no chão e lambeu meu rosto, meus olhos voltaram ao normal e o fogo das minhas asas cessou. Eu sentia aquela floresta falar comigo, aquelas árvores, flores, tinham algo especial, era um lugar especial, e eu sinceramente não acredito que eu tenha ido morar naquele lugar por nada. Nada é por acaso.
Meu colar ficou azul novamente. Apollo foi para casa comigo. No dia seguinte Ariel não foi para a escola, achei estranho mas não liguei muito, todo mundo falta de vez enquando... A aula acabou e eu fui para casa, e quando escureceu, Ariel me mandou uma mensagem e disse para encontra-lo no parque de sempre, e quando eu levantei da cama para isso, Apollo ficou apenas me olhando, fixamente. Mais uma vez algo estranho acontecendo... Eu fui, mais uma vez.
Chegando lá, ele estava sentado perto do lago, e eu não esperei, contei a ele que nós tinhanos talentos especiais! Mostrei minhas asas e fiz aparecer um pouco de fogo na minha mão, abri um sorriso, e ele também. Me disse que também havia conseguido. Fechou os olhos, se concentrou, e então os abriu e caminhou pelo lago, e onde ele pisava, a água congelava... Congelava...

- Foi você?

Você leu todos os capítulos publicados.

⏰ Última atualização: Jun 03, 2017 ⏰

Adicione esta história à sua Biblioteca e seja notificado quando novos capítulos chegarem!

Onde Está Você?Onde histórias criam vida. Descubra agora