Capítulo XXIV

137 12 2
                                    


- Nervosa? - Danny perguntou enquanto estávamos no backstage.
- Um pouco. Faz tempo que eu não subo em um palco, parece a primeira vez, sabe?
- Eu ainda me lembro da primeira vez que eu subi em um palco. Deus, eu estava tão nervoso.
- Mas pra tirar a roupa você não fica nervoso.
- Bem, isso é uma coisa diferente.
- Mostrar suas partes é uma coisa diferente?
- Até agora ninguém reclamou.
- Claro, suas fãs são um bando de taradas. - falei caindo no sofá.
- Você inclusa? - perguntou caindo ao meu lado.
- Claro. O Dougie me deu uma cópia da Atittude. Meu Deus, o que era aquilo? Tive que ligar o ar condicionado. - rimos os dois.
- Você é incrível, não sei como aquele idiota não fica com você.
- Existem coisas na vida que ninguém entende. - falei colocando minha cabeça em seu ombro - Eu queria ter me apaixonado por você.
- Eu também. Mas infelizmente seu coração pertence a outro e o meu está à procura.
- Danny, Sara, vamos? - Tom nos chamou e nós nos levantamos. Danny passou o braço pro meu ombro e eu passei o braço por sua cintura, pegando os microfones com o cara da Staff. Subimos pela escada entrando um de cada vez no palco, Dougie, Harry, Tom, Danny e eu. Nossa música abriria o show e as fãs já gritavam como loucas.
Era uma sensação incrível estar na frente de um público outra vez, era como se tudo de ruim que aconteceu em sua vida tivesse desaparecido e só restasse as coisas boas; o palco era onde você se expressava, se libertava, não importasse se fosse ruim ou boa, o que importava era que você tinha sentimento igual as pessoas que estavam ali na sua frente e elas entendiam o que você sentia, e se identificavam. E de repente você não estava sozinha.
- Quero que você recebam nossa amiga, Sara Lowe, para a nossa nova música : If I Never See You Face Again.
A batida da música começou e Danny acompanhou cantando.

- Nós arrasamos. - Dougie falou pegando uma água.
- Ai meu Deus, me lembrei porque eu amo tanto cantar. - falei pegando uma água.
- Essa música vai fazer um sucesso e tanto. - Tom falou - Vocês dois juntos, escrevendo, são incríveis.
- Corações partidos dão as melhores músicas. - Danny falou caindo no sofá - E devo admitir, eu tive uma ajuda e tanto. - ele me puxou para o seu lado.
- Eu pensei que jogariam garrafas em mim.
- Eles te amaram.
- Graças a Deus.
- Eu acho... - Tom começou, mas acabou pisando no controle da televisão e caiu - Merda! - todos que estava na sala riram sem parar até que o noticiário prendeu a atenção de todos.
A família Brooks tem um motivo a mais para comemorar. Depois do casamento de Oli Brooks com Emma, agora Brooks, semana passada a família Brooks recebeu mais uma notícia para celebrar. Diana , namorada de Cam Brooks, está esperando seu primeiro filho do Jobro. Segundo a entrevista que fez para a revista People, a atriz estava grávida há duas semanas, mas não tinha contado a ninguém para não estragar o casamento do seu cunhado. "Eu queria que fosse uma surpresa, Cam não sabia e ficou muito feliz quando recebeu a notícia. Estamos mais felizes do que nunca.", disse a atriz à revista.
Esse não é o primeiro filho do Jobro, que já tem uma filha de um antigo relacionamento. Parece que Liz vai ganhar um irmãozinho ou uma irmãzinha. Felicidades para o casal.

As paredes que me rodeavam estavam caindo lentamente e eu não conseguia me mover ou processar nenhuma ação ou palavra, nem mesmo um pensamento ou uma lágrima. Eu apenas estava parada, que nem uma estátua desejando acordar daquele terrível pesadelo, mas por mais que eu quisesse isso, os piores momentos da sua vida são sempre reais.
Meu corpo não sentia o calor que me irritava há alguns minutos, a água em minhas mãos havia tocado o chão, espalhando-se. Grávida. Diana estava grávida, grávida do Cam. Estava acabado, nem Danny ou Matt com seu plano de me fazer me sentir melhor e feliz faria com que eu agisse como se nada tivesse acontecido e que tudo estivesse bem quando eu voltasse, porque não estaria. A tragédia estaria me esperando de braços abertos para me deixar para baixo, e a única coisa que eu poderia fazer era aceitar. Tragédia, destino ou sei lá como todos a chamam, estava me aguardando em Los Angeles, e o máximo que eu poderia fazer era adiar e colocar algo em minha cabeça: Eu não iria, nunca mais, me rastejar por um homem com eu fiz com Cam Brooks. Eu deixaria meu orgulho vencer meu amor por ele, pois melhor do que amar um homem é amar a si mesma, e dessa vez eu iria ter amor próprio.
Três estúpidos anos eu gastei da minha vida esperando por alguém, criando esperanças, pra quê? Pra nada, apenas para um coração totalmente despedaçado e a confirmação que não teríamos um futuro. Ele já não me amava e dessa vez eu iria fazer o mesmo, eu não iria amá-lo, não mais.
- Sara, você está bem? - Danny me fez sair do transe.
- Sim, nós vamos embora ou não? - perguntei me levantando.
- Vamos sim.



<>

The Babysitter IIOnde histórias criam vida. Descubra agora