01.6 Monarchy

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Justin Drew Bieber.


Talvez eu tenha exagerado na noite passada, o cheiro de álcool no quarto, as duas garotas na cama e as fileiras de cocaína intocadas no móvel me davam a certeza disso, estava realmente me esforçando para entrar no clube dos vinte e sete, ainda restavam seis meses até que eu completasse vinte e oito, então eu ainda tinha tempo.

Fiz com que as mulheres deixassem a casa tão rápido quanto entraram na mesma, contratei uma equipe para a faxina e adiantei o serviço cheirando a cocaína na cabeceira, sou extremamente contra desperdício. Deixei a porta aberta para que o pessoal da limpeza entrassem e caminhei até o banheiro, tomando um banho que levou em cerca de quarenta minutos, uma pena que eu também não era contra o desperdício da água.

Deixei o cômodo com uma toalha enrolada ao redor de minha cintura e havia duas mulheres limpando o meu quarto, os seguranças já sabiam o que fazer e designaram a todas seus trabalhos assim que chegaram. Cumprimentei-as com um sorriso e sem qualquer vergonha, me livrei da toalha, vestindo as roupas que havia separado antes de entrar na ducha.

— Bom trabalho, garotas.

Estava sendo generoso, provavelmente as duas tinham idade para serem minhas mães, mas eram bem jeitosas. Passei meus dedos entre meus cabelos para alinhar os fios e vesti a jaqueta de couro conforme deixava meu quarto, descendo para o primeiro andar e enviando uma mensagem para John.

"Dez minutos."

Estava atrasado e provavelmente John estava me xingando para todos os coitados que trabalhavam naquela mansão. Subi em minha moto e deixei minha casa em uma velocidade preocupante, aumentando gradativamente e ultrapassando os sinais sem nenhum medo de punição, o que poderiam fazer? Retirar pontos da carteira de umas das minhas quatrocentas identidades? Foda-se!

Deixei minha moto em frente a mansão de John e entrei na mesma acenando para os seguranças que me conheciam o suficiente para não avisarem no rádio que havia chegado. Passei pela sala principal e segui até o escritório onde entrei fazendo um sinal para John prosseguir com o que estava falando, se eu não estava aqui para ouvir quando ele iniciou, então não me interessava.

— Bieber, o que fazia em Miami na semana passada?

Arqueei a sobrancelha com sua pergunta e dei de ombros abrindo meus braços na poltrona.

— Desde quando está interessado nos meus assuntos pessoais?

— Responde à pergunta. — Dei de ombros como se não fosse nada.

— Estou transando com uma garota de Miami, o pai dela é dono de uma boate e eu fui convidado a comparecer.

Ele pareceu acreditar, não sabia como essa informação havia chegado a ele, tomava muito cuidado com todos os meus passos por mais que Spencer pensasse que sou burro, mas aparentemente, havia alguém na minha cola e eu precisava descobrir quem e porque, mesmo sabendo que se John já soubesse a verdade eu estaria em uma vala qualquer.

— Certo. Dois recebimentos essa madrugada, eu quero que fechem a interestadual e façam bastante bagunça, avisem ao 911 que houve um acidente, vão mandar os federais e bombeiros resolveram e a estrada velha ficará sem proteção, sejam rápidos e práticos, eu não quero ter que dar a notícia a família de nenhum de vocês, não sou bom com as palavras.

Fui impedido de deixar a reunião então após o último fechar a porta, tornei minha atenção a John que arqueou as sobrancelhas como se estivesse esperando eu dizer algo.

— Não me convenceu. — Quebrou o silêncio.

— E eu deveria?

— O que estava fazendo em Miami? — Refez a pergunta como se minha resposta fosse mudar.

— Transando.

— E desde quando você vai para Miami para transar?

— Desde quando eu já transei com todas as mulheres daqui.

— Bieber, Bieber... — Iniciou, mas não deixei que prosseguisse.

— O que acha que estive fazendo fora? Estou há anos com você para duvidar da minha palavra, se realmente acha que fui a Miami pensando em te prejudicar, então faça o que deve ser feito. — Peguei a arma que estava no cos da minha calça e joguei em sua mesa.

— Eu realmente confio em você. — Pegou a arma e destravou a mesma. — Minha mãe era cigana, e ela sempre dizia que os sonhos são preciosos, são presságios. Neste sonho, eu estou prestes a ser enforcado, há uma multidão a minha frente, todos felizes com o que estão vendo e após as doze badaladas, alguém puxa a corda. — Esfregou a mão em suas têmporas e encarou a arma. — E eu o conheço, não consigo ver seu rosto, mas sinto que o conheço.

Deu de ombros e me entregou a arma enquanto se levantava.

— Há alguém pensando em me trair, e nos precisamos saber quem é, eu preciso voltar a sonhar com minha pequena. — Fechou seus olhos como se estivesse esperando dormir e sonhar agora. — Está liberado, Bieber.

Travei minha arma e voltei a guardar em meu cos, deixando a sala.

Eu precisava empurrar alguém do penhasco por mim, precisava de um bode expiatório, foram anos de dedicação até ser o braço direito de John, matei tantas pessoas e prejudiquei várias outras para ter o meu valor. Me coloquei em frente a bala, literalmente, para provar a minha lealdade, e agora, eu estava tão perto, tão perto de finalmente ser alguém importante, de não ser apenas alguém que trabalha para outro alguém, poderia finalmente ser o chefe, e não só o líder de um grupo de manés. John não era o suficiente para todo aquele império, tudo que ele conhece foi lhe dado, nada merecido, ele nasceu em berço de ouro, não precisou treinar ou lutar contra algo, ou alguém, ele sempre teve a ajuda de seus pais e sua mãe, dois Indianos ciganos que demoraram o suficiente para morrer e ensinar a ele tudo que sabiam. Qual é, a mulher viveu 110 anos para que seu filho mais velho pudesse estar preparado para assumir o poder.

Quando aceitei o trabalho, eu já sabia a porra do meu lugar, e não era do outro lado da mesa ouvindo a reunião, e sim, atrás dela ditando as ordens, eu mais do que qualquer um sou capaz de ir além conseguir o que quero, sem me importar com as pessoas que deveriam morrer no processo, o meio sempre justifica o fim.

E o meu fim é no topo da monarquia.

Criminal SoulOnde histórias criam vida. Descubra agora