Amor e Preconceito (Season 1)

O sonho

Quando tudo se apagou, Cristal se sentiu rodando em meio a um espiral de lembranças e pensamentos, após várias horas rodando, viu-se em uma praça encantadora, com árvores, uma fonte de água, além de uma espécie de obelisco egípcio, no centro da praça, que ligava a vários pontos do local, Cristal devaneiou-se e lembrou daquele lugar, não tinha dúvidas, era a praça da Concórdia, localizada em Paris, na França. A menina já havia vindo várias vezes com o pai e a mãe, em suas viagens a aquele lugar, a praça não havia mudado muito desde sua última visita, entretanto, Cristal percebeu que o local estava vazio, então pensou: Raramente, essa praça está vazia. Cristal sempre estava acostumada a ver a praça repleta de pessoas, crianças brincando e madames passeando com seus cães, completamente enfeitados de apetrechos. Então, a menina começou a caminhar em direção ao obelisco, até que percebeu que de longe, próximo a fonte, estavam duas pessoas, um menino loiro, que de longe, parecia demais com Jorge e ao seu lado, uma menina de cabelos pretos, alta e branca como a neve. Além de duas crianças, um menino e uma menina, loiros, correndo em volta da fonte. Entretanto, Cristal ficou muito surpresa, pois aquela menina se parecia muito com ela mesma e o menino também tinha a aparência quase igual a de Jorge. Cristal ficou estática por alguns segundos, tentando assimilar várias informações ao mesmo tempo, até que se deu conta que ambos eram adultos. Vários pensamentos invadiram a cabeça de Cristal. Perguntas como: Será que aquela menina sou eu mesma no futuro?
Será que aquele é Jorge? E aquelas crianças? Como isso é possível? Será mesmo que isso é o futuro? Cristal ficou sem reação, mas então disse para si mesma:
- Não, isso não é possível, uma loucura. Não seja tola, Cristal, você não tem capacidade de viajar no futuro, isso deve ser apenas mais um de seus delírios ou sonhos estranhos. Então, ficou por alguns minutos ali, observando os dois se divertindo, era impressionante como a felicidade radiava daquele casal. Por uma fração de segundos, Cristal desejou que aquela fosse mesmo ela, que aquele menino fosse Jorge, além de possivelmente, aquelas crianças serem seus filhos, seria incrível poder passear pela praça assim, sem se preocupar com o mundo, tendo uma vida feliz, ainda mais em Paris, que é a cidade favorita de Cristal. Tudo aquilo parecia tão distante da sua realidade, aquela realidade entediante, onde seu pai tomava as rédias, onde Cristal era reprimida, sem liberdade, presa a uma realidade que seu pai dizia ser a ideal para ela, vendo pessoas inocentes sendo massacradas. Cristal achava tão injusto, tão estressante, não poder se libertar e não poder ter uma vida feliz como aquele casal em frente a fonte. O tempo passava e a noite chegava na praça da Concórdia, quando Cristal escutou uma voz do fundo, repetindo:
- Cristal, Cristal! Acorde, o seu pai quer falar com você, por favor, minha filha, acorde. Ah! Minha filha, eu lamento, não temos tempo.
Então Cristal percebeu imediatamente que era sua mãe e acordou, um pouco assustada.