My Savior

Idiot

Entro no banheiro com a vareta ao meu lado, nunca vi um homem tão mau humorado quanto esse tal de Hyunalgumacoisa, talvez seja falta de...

-Está ouvindo? - a vareta pergunta chamando minha atenção

-Aish, eu não tive culpa, aquele hyunalgumacoisa que é todo estressadinho. Esse cara é um estúpido!

-Um estúpido que talvez lhe dê um futuro

-Como assim? - olho pra ele através do reflexo no espelho

-Ele é herdeiro da empresa do pai, fora outros tantos porcentos que tem em outra empresa, você tem grandes chances de fazer bons negócios com ele - suspiro abaixando a cabeça, esse é o problema, não quero fazer bons negócios com esse cara, eu quero distância de toda essa mentira e falsidade que tem nesse ramo.

~.........~

Chego no apartamento encontrando Jr no sofá atraindo sua atenção, jogo a mochila ao lado da porta me sentando ao lado dele

-Como foi lá? - pergunta me puxando pro seu peito, coloco uma almofada em suas pernas e me deito

-Eu tive que me esforçar muito para não jogar tudo pro alto. Já estou cansado de tantas merdas - recebo um carinho gostoso em meus cabelos enquanto falo

-Sua mãe está orgulhosa por sua tentativa, lembre-se disso - encoraja

-Eu sei - suspiro - obrigado pelo apoio - ele sorri, fico um tempinho no colo dele depois vou pro banho, esvazio os bolsos e toco no relógio lembrando daquele ser irritado, sua expressão séria me vem à mente, porque será que ele é assim? De certo que todos nós temos problemas mas... não justifica suas ações.

Idiota.

Entro pro banho me permitindo relaxar por alguns minutos, tentando juntar forças de onde não tenho para continuar com tudo isso pelo bem da minha mãe e do meu irmão.

Depois do banho, como a macarronada que Jr me serve e deixo que meu corpo relaxe no colchão "macio", reparo no relogio em minha mão, vejo à dedicatória na parte de trás:

'Ao meu neto prodígio, Son Hyunwoo'

Sorrio, pelo menos ele é amado por alguém, o coloco em meu pulso com intuito de me lembrar de entregá-lo ao dono amanhã.

Acordo sentindo meu corpo preso a outro corpo, olho pro lado e vejo que meu amigo dorme abraçado à mim

*Força do hábito* penso

Me mexo pra levantar e sou puxado pra mais perto, rio

-Eu preciso levantar Junior

-Precisa não - resmunga - só mais cinco...

-Minutos?

-Horas - rimos

-Idiota, vamos levantar - tiro meu braço ao redor do seu corpo

-Meu beijo?- ele faz bico me fazendo rir, minha nossa, mas quanto grude, dou-lhe um beijo em sua testa e recebo um no canto da boca, OK! Já está bom, me afasto, faço o mesmo procedimento de ontem e saio com ele indo pras aulas, já na segunda aula nos passam o mundo de trabalho.

Saio de sala bufando com a vareta ambulante ao meu lado tentando me acalmar, ele insiste em carregar minhas coisas, o que me deixa um pouco envergonhado e um tanto irritado

-Onde conseguiu? - ele aponta o relógio em meu pulso me lembrando de devolvê-lo ao dono

-Obrigado Hyungnaoseideque, tenho que fazer algo antes - vou até o outro lado entrando no prédio, entro direto por não ter costumes de anunciar minha chegada, isso me causa problemas ao ser barrado na porta da sala

Agora eu vos pergunto, pra que uma criatura tão irritante quanto hyunalgumacoisa precisa de tantos seguranças que mais se parecem com uma muralha?

-Mas o que está havendo aqui?- escuto uma voz grossa de dentro da sala e olho em direção à porta quando a mesma se abre, nossos olhares se cruzam - O que você está fazendo aqui?

-Tenho algo que te interessa, se essas duas muralhas indianas não estivessem me barrado... - ele me interrompe

-As muralhas se chamam de seguranças, não sei se te informaram mas esta empresa tem um sistema de segurança forte, não tenho culpa se a sua não é a mesma coisa - diz ríspido, ô querido, baixa a bolinha porque em jogo de bola tiro dez em todas

-Minha empresa é fortalecida em sistema de segurança, alem do mais, isso não é da sua conta pois tenho certeza que assim como eu, você tem mais o que fazer, e mesmo que não tenha, não ligo, vai me deixar passar ou não? - atraio atenção da maioria que passa perto, ousadia? Talvez, alguém precisa colocar esse cara no lugar dele e ensiná-lo a ter limites, não é com todo mundo que esse estrupicio pode falar dessa maneira, de repente, os seguranças se afastam me permitindo passagem, entro em sua enorme sala... maior do que a minha, há uma janela enorme com vista pra cidade

-Veio até aqui para reparar o designer da minha sala? - pergunta ríspido, nossos olhares se encontram e por algum motivo, sorrio pra ele

-Porque tão durão, hyunalgumacoisa? - ele bufa e respira fundo

-Dá pra ser direto? Eu tenho coisas mais importantes pra fazer! - me aproximo de sua mesa

-Eu também, mas ao invés disso, aqui estou, perante a um estranho tentando simpatizar com ele por termos que conviver daqui pra frente

-Não tenho o mínimo interessante de conviver com gente como você

-Oh! Eu também não! - sorrio mais - de pessoas como você eu quero distância. - saco o relógio do bolso e coloco em sua mesa vendo sua expressão surpresa

-Você...

-Você deixou ele no banheiro e quando te procurei já tinha sumido - o observo colocar o relógio no pulso

-Terminou? Já pode se retirar

-Você é sempre tão babaca assim? - me retiro da sala indo até a vareta que me espera.

~××××~

Fico meio sem reação perante as ações daquela criança que deixa minha sala com toda sua rebeldia, passei a noite acordado pensando onde poderia ter deixado meu relógio, mandei que vasculhassem a empresa que no final, aquele simples ser com toda sua extrema rebeldia vem me entregar o relógio.

Mais essa agora.

Ao terminar meu expediente, saio da empresa mais irritado do que o habitual, vejo as crianças sairem da empresa ao lado, o loiro parece agitado enquanto faz cócegas no garoto que estava ao seu lado na comitiva, o mesmo ri, bufo entrando em meu carro

-Pra onde senhor?

-Casa. - afrouxo um pouco a gravata podendo respirar livremente, essas crianças de hoje em dia me irritam, elas se acham no poder de tudo, o centro das atenções e acham que podem agir e falarem com quem quiserem e como quiserem

*Não tenho o mínimo interessante de conviver com gente como você

-Oh! Eu também não! - ele abre mais o sorriso - de pessoas como você eu quero distância*

Lembro-me de suas palavras de mais cedo, como que esse projeto de gente se atreveu a falar desse jeito comigo?

Mais uma gracinha desse rebelde e eu farei de tudo para que seja demitido, minha paciência com esse ser já foi pro espaço no momento em que me secou na sala de comitiva.

-Mudei de ideia, vamos pra um hotel. - digo ao motorista que assente, não estou com a mínima vontade de aturar Kim Sue e toda sua manha insuportável pra cima de mim.

Termino meu banho indo pra cama, pego meu celular, ignorando as milhares de mensagens e ligações daquela criatura que me tira a paciência só em tagarelar no meu ouvido, pessoas que falam muito tem tendências a serem muito avoadas e isso me irrita num grau extremo, enfim com minha paz e silêncio que eu tanto queria, consigo dormir em paz ao menos uma vez em todos esses cinco anos.