Unlock the best part of me

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Nos mudamos cinco dias após chegarmos naquele imóvel, por bem dizer, viramos uma espécie de andarilhos. Dormimos em hotéis, andamos, pedimos caronas, comemos em alguns restaurantes e ainda sobra tempo pra nossa diversão.

Somos um casal diferente, minha criança prefere assim então se isso o faz feliz por mim tudo bem, tirando nossas minis discussões por ciúmes, estamos nos entendendo muito bem. Aos poucos nos conhecemos cada vez mais, medo, angústias, alegrias, vontades, desejos... em meio à cinemas, parques e futebol, vivemos com o dinheiro da conta que abri à um tempo atrás sem que ninguém soubesse. Estou a cada dia mais encantando com minha criança que é mais madura do que eu pra muitas coisas, acho que... me apaixonei por esse ser, não sei se estou certo pois nunca me apaixonei por ninguém e nunca amei, ao menos tive um relacionamento sério sem que me enfiassem esse falso casório com outra desequilibrada.
Me sinto como um bebê dando seus primeiros passos a cada nova descoberta que essa criança me causa, jamais imaginei ser tão feliz e tão louco quanto estou sendo, ele ri quando lhe falo isso, sua risada...

É possível apaixonar-se pela mesma pessoa todos os dias?

Por pior que seja o pesadelo, ao acordar, me deparo com aquele ser perfeito à minha frente e minha calma parece voltar, o motivo de chamá-lo como criança à princípio era por ser tão inquietante, isso me irritava ao extremo, sua rebeldia, mas depois... sua áurea é tão pura, sua alma tão linda, sua felicidade é algo que não posso explicar com palavras, claro que temos nossos momentos de malícia, mas a maior parte do tempo sua inocência e pureza me encantam, sua felicidade ao receber um presente meu é algo inexplicável, é graças a toda essa felicidade que estou me sentindo verdadeiramente feliz, livre e vivo como nunca me senti antes. A cada dia que passa vivemos o hoje como se não houvesse amanhã, porque de fato, um dia podemos acordar e nos deparar com o pior que ambos sabemos que uma hora isso virá, ou... podemos não acordar mais.

   Abraço meu pequeno por trás vendo o pôr do sol, é algo admirável de se ver, ele me olha por sobre seu ombro, sorrio, beijo-lhe a testa e ganho uma mordida na bochecha

-Idiota - xingo e ele ri

-Essas bochechas me dão vontade de apertar, não tenho culpa dessa fofura toda me atiçar - diz com voz de criança

-Não sou fofo

-Não, não é, só parece com um ursão de pelúcia humana - rimos. Nos abraçamos sentindo apenas a presença um do outro - vamos comer? Eu tô morrendo de fome

-Que dia você não está com fome, criança? - rio quando ele me dá língua.
Entro na pensão com ele, pegamos amizade com a dona do imóvel e ela insistiu pra que não pagasse a estadia, como agradecimento, a criança vem ajudá-la todos os dias com o que precisa.
Me sento na mesa da cozinha enquanto ele adentra a outra cozinha mas nao demora muito a voltar e a sentar-se em meu colo, comemos um prato delicioso de lasanha com direito a alguns selinhos, sorrisos e um sujando o outro. A comida daqui é uma delícia mas nenhuma se compara à comida da minha amável criança.

O ajudo a lavar as louças e subimos pro quarto com o pequeno tagarelando sobre o jogo que descobriu, ele puxa minha mão pulando pelo corredor, essa porra tem molas nos pés, não é possível. Entro no quarto com ele que logo me abraça

-Estou te chateando, não é?

-Claro que não, você não me chateia - deixo lhe um beijo na testa e logo sinto minha blusa ser aberta lentamente

-Vamos assistir um filme? - sussurra em meu ouvido me deixando arrepiado, assinto vendo seu sorriso. Ele deixa um beijo em meu pescoço e se afasta.

Me sento na cama encostando na cabeceira e logo ele está de volta escolhendo um filme qualquer, acaricio sua cintura com o braço em volta dela quando encosta-se em meu peito.

My Savior Onde histórias criam vida. Descubra agora