Kiss by Tommy

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A paixão ardente que sentia por ele torna a arrombar as muralhas do meu coração que antes tinha feito para que ele nunca mais voltasse a entrar, só que ele voltou. Ele sempre esteve lá, eu apenas o omitia.

Os seus lábios atacam os meus, sem aviso prévio. Sinto uma vontade enorme de lhe bater e de o afastar, de correr e de fugir, mas as saudades do seu toque são maiores do que qualquer coisa. Deixo a sua língua encontrar a minha, e eu sei que ele agora é o Louis que eu conheço, e por breves momentos penso que ele voltou para mim.

Com o desejo a correr nas minhas veias, agarro no seu cabelo e puxo-o para mim, tornando o beijo cada vez mais selvagem. Tudo nele é-me familiar, desde o seu sabor a menta, ao seu cheiro a baunilha até ao pequeno cheiro de tabaco. Este foram sempre os meus três aromas favoritos.

A sua mão agarra com força a minha cintura, deixando-me sem possibilidade de fugir, e mesmo que pudesse, eu não fugia dos braços dele, não agora.

“Eu não te amo, mete isto na tua cabeça, Beth”

As últimas palavras que Louis disse antes de partir e me deixar no chão do quarto a chorar mares de lágrimas. As piores palavras que uma pessoa loucamente apaixonada pode ouvir da boca de alguém que ama.

Sinto-o a beijar o meu pescoço e a morder gentilmente, o que faz encostar a cabeça à parede para absorver o prazer que só aquilo me faz.

Ele acaba de me torturar, e os seus olhos cor de oceano olham para meus, como a perfurar-me a minha pele. Mesmo no escuro duma noite, os seus olhos conseguem ser mais brilhantes.

“Prometeste-me que nunca mais irias voltar a entrar naquele bar” Louis quebra o silêncio.

Agora chegou, e já estragou o momento.

“Também prometeste que nunca mais me ias deixar…” estalo.

Saio da beira dele e recomeço a andar, mas uma dor retorna ao meu coração, sabendo que ele nunca me amou, sabendo que todos os momentos vividos por nós foram só importantes para mim, pois para ele, eu era apenas um brinquedo.

“Bom ponto” a sua voz diz atrás de mim.

Finjo que não ouço e continuo a percorrer as ruas com os braços cruzados no peito para me proteger do frio e nunca olhando para trás. Embora, ele esteja calado, consigo ouvir os seus passos e a sua respiração ofegante.

“Beth…” ele chama, como nos velhos tempos.

Recordações da maneira como ele pronunciava o meu nome voltam a mim e de repente paro de andar, sentindo os meus olhos enublados de lágrimas que há muito estão guardadas em mim.

“Que queres, Louis?”

Não é assim que o chamo, nunca foi, mas não me posso mostrar vulnerável. Ele não pode saber que ainda me afeta.

“Conversar…” responde

“Conversar? Deixaste-me, sem razão, e a única coisa que queres fazer é conversar?” grito.

“Anda, vamos para um sítio calmo”

“A única coisa que quero é ir para minha casa, e jamais iria contigo a algum lado” as lágrimas continuam a escorrer pelas minhas bochechas.

Sim, quero estar com ele, só que a raiva que sinto pelo que me fez é maior. Eu sou uma confusão de sentimentos, sempre fui, pensei apenas que o Louis gostasse assim de mim, das minhas complicações…

“Não vais a bem, vens a mal” ele encolhe os ombros.

Ele dirige-se a mim e não consigo acompanhar o seu movimento, e só percebo quando estou novamente nos seus ombros. Bato-lhe nas costas, abano nos pés, para tentar soltar-me, sem sucesso, sinto-me frustrada.

Stripper or Love?Onde histórias criam vida. Descubra agora