Ando pé ante pé, com os meus sapatos de salto alto, pelo corredor. Passo pela entrada da sala e o meu olhar detém-se no corpo seminu deitado no sofá. Uma cara angelical, mas ao mesmo tempo diabólica. Ele é adorável, enquanto dorme, sempre foi. Está apenas de boxers pretos da Calvin Klein e os meus olhos saltam de abdominal em abdominal. Ele parece um deus grego, por fora.
Ele mexe-se e presumo que seja a hora de partir, de sair daquela porta e nunca mais voltar a entrar. Beijo a minha palma da mão e passo a mesma pela testa do Louis.
Assim que saio do prédio, uma brisa fria abate sobre as minhas pernas e cruzo os braços. Recebi há pouco uma mensagem da Michelle, acho que tem um serviço para mim, boa, mais um velho.
Chego à empresa dela e encontro Philips na receção. Fingo-me de distraída.
“Bethany…” ele chama.
Merda.
Viro-me com um sorriso.
“Oh, olá. Nem te tinha visto”
“Precisámos de falar daquilo de ontem” ele mexe-se nervosamente.
“Claro, claro. Preciso de ir”
Corro estadas acima o mais rápido que pude e mal piso o corredor, a voz da Michelle soa.
“Foste embora muito cedo, ontem”
Imagens do beijo selvagem do Louis aparecem na minha mente e luto contra minha própria para não sorrir.
“Sim. Estava cansada, foi um espetáculo, esgotante…” minto.
“Lá isso é verdade. Eu sei que Louis está cá, não precisas de disfarçar”
Ela vira-me costas e começa a andar para o seu gabinete, ela sabe que eu a vou seguir.
“Como?”
“O Joan, o segurança do nosso bar, reconheceu-o. Ele viu o teu show.” Ela diz, enquanto mexe nuns papéis em cima da secretária. “Se ele te magoar novamente, não poderei fazer mais nada por ti”
Michelle sabe de tudo sobre mim e Louis, foi ela que me acolheu no bar e me deu um teto. Foi ela que me tornou na stripper que sou hoje. Não é um trabalho que qualquer rapariga deseja ter, só que é o que se arranja.
“Eu já não gosto dele, Michelle…” minto pela segunda vez numa questão de segundos.
“Prova-o. Quero que vás hoje a casa deste rapaz e lhe faças um favor” ela entregue-me a morada.
Depois de sair do escritório dela, vejo o relatório do tal rapaz. Parece um rapaz tão certinho e cheio dinheiro, porque será que pede um favor a uma stripper? Farei o que puder, nem que seja para lhe arrancar um pouco de dinheiro.
Ligo para o número lá indicado e espero que ele atenda.
“Estou?”
“Estou? Contratou alguém da empresa da Michelle, certo? Eu fui a escolhida. Chamo-me Bethany Watson, espero que a proposta ainda esteja em cima…”
“Claro , claro. Passe por minha casa às 9 horas” ele diz e desliga.
Ele tinha a voz incrivelmente sedutora, que até me fez ficar quente em baixo. Lenta, grossa, e rápida, como se o mundo fosse acabar no minuto seguinte. Imagino como será. Cabelo castanho e olhos igualmente iguais? Ou olhos verdes? A minha fraqueza é mesmo os olhos dos rapazes, é o que mais me atraí neles, foi o que atraiu para o Tom… Louis.
Nisto o meu telemóvel vibra na minha mala. Ainda não mudei de roupa desde ontem à noite, já não consigo ver-me com este vestido.
Olho para o ecrã e não reconheço o número.
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Stripper or Love?
FanfictionBethany Watson tinha uma vida perfeita ao lado de alguém que ela achava que era a sua “alma gémea”, engana-se e fica de coração partido. Decide, então encontrar outro porto seguro e inscreve-se num bar de strippers, fazendo juntar, aos poucos cada p...