My crazy "boyfriend" ? No.

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A luz matinal proveniente do sol entra pela enorme janela do meu quarto e com muita relutância decido levantar-me para mais um dia de trabalho.

Olho-me ao espelho da casa de banho e por baixo dos meus olhos azuis, umas enormes olheiras pretas estão lá presentes.

“Como é que vou disfarçar isto?”

Tomo um duche rápido e enrolo uma toalha à volta do meu corpo. Enquanto tento ligar à Michelle, ao segundo toque ela atende-me.

“Olá Bethany” ela diz.

“Olá. Como estás?”

“Mal, muito mal, nem sabes a confusão que houve aqui. Porra. Cuidado com essa caixa, Gabe! Desculpa. Ele destruiu tudo” a Michelle lamenta-se.

Ele. A forma como ela o pronunciou. Será quem eu estou a pensar? Terá sido o Louis?

“E-Ele quem?” os meus nervos estão em alta.

“Tu sabes muito bem quem eu estou a falar, Bethany!” ela quase que grita ao meu ouvido.

“Porque é que ele fez isso?”

“Sei lá. Nunca consegui entender o psicopata do teu namorado”

A minha cara fica vermelha quando ela insulta o Louis. Por mais que o Louis seja um idiota, ela não tem o direito de o ofender, muito menos à minha beira.

“Primeiro, ele não é psicopata, Michelle. E em segundo, ele não é o meu namorado! Estamos entendidas?” desligo a chamada sem lhe dar hipóteses de responder.

Ele tem de estragar sempre tudo. Tem sempre de se encontrar no meio do meu caminho!

Visto uma camisola preta com o símbolo dos Rolling Stones, umas calças de ganga pretas com uns saltos pretos e saio porta fora.

O céu está limpo sem uma única nuvem e seria uma boa ideia ir até à praia, dar o primeiro mergulho do ano. Não, eu tenho de ir falar com o Louis. Perceber o porquê dele ter feito aquilo.

 Se eu fico sem emprego… tenho de perder o meu orgulho e ligar à minha mãe.

Fodasse, para que é que me lembrei sequer dela?

Rolo os olhos pelo meu pensamento mais ridículo que tive e entro dentro do meu carro. Um Opel Adam. A prenda que o Louis me deu quando fizemos meio ano de namoro. Por vezes, entro no carro e sinto o perfume dele, embora ele já não entre aqui há muito tempo.

“Preciso que venhas ao parque de estacionamento” o Tommy seguiu-me até à cozinha.

“Não, eu já te disse que não te vou ajudar a trazer as compras para cima” respondi-lhe de volta.

Ele suspirou em frustração. Eu e o Tommy nunca nos  demos realmente bem, estamos sempre com opiniões diferentes de tudo. Chateávamo-nos por coisas fúteis e sem sentido. Mas quando tínhamos os raros momentos bons, esses compensam os maus.

Por exemplo, quando eu costumava estar na cama e ele começava a dizer as suas piadas com a sua voz meiga; ou a maneira como ele falava dos colegas de trabalho.

“Sabes quem é o Jonan, certo?”

Ele disse-me numa noite, enquanto eu vestia as calças do pijama e o Tommy encontrava-se com os braços cruzados na almofada.

“Sei…”

“Ele é um conas”

Ri-me por causa da escolha de palavras dele. Sempre o mesmo mal-educado, este rapaz nunca teve remédio.

Stripper or Love?Onde histórias criam vida. Descubra agora